Nem queria ser médica nem tinha jeito para matemática. O passado de Graça Freitas, o rosto da luta contra a covid-19 em Portugal
A diretora da DGS revelou todo o percurso que fez até tornar-se especialistas em saúde pública.
Enquanto enfrenta a crise da covid-19 em Portugal, a diretora da Direção-Geral de Saúde (DGS), Graça Freitas, revelou detalhes da sua história no 'Programa da Cristina', na SIC, esta segunda-feira, 20.
O rosto da saúde pública nacional, de 62 anos de idade, começou por falar dos anos que viveu em Angola, entre os anos 1960 e 1970.
"Quando era miúda e até à adolescência gostava, e continuo a gostar muito, das coisas da terra: plantas, hortas. Uns amigos dos meus pais tinham grandes plantações de batata. O que eu gostaria mesmo de ter sido era dona daquelas terras para poder ter capacidade de cultivar", contou a responsável pela DGS.
Mais tarde sentiu que tinha outra vocação: arquitetura. "Gosto muito de património construído, mas infelizmente não era muito dotada para a matemática e portanto esta vocação também teve de desaparecer", disse.
Foram as amigas de Graça Freitas que a influenciaram a seguir Medicina. "Creio que foi esta a minha grande motivação, foi acompanhar as minhas amigas até à faculdade. Depois comecei a gostar e a perceber que queria mesmo ser médica. Foi por etapas".
A responsável mudou-se para Lisboa em 1976, já com 18 anos. "Tinha começado a faculdade em Luanda, não perdi o ano, tivemos a possibilidade de continuar a estudar na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e adaptei-me muito bem. Cheguei em pleno inverno e achei aquele inverno particularmente gelado. Essa parte do frio marcou-me bastante", descreveu.
Graça garante que sentiu mais a mudança quando partiu para Ponte de Sor, já para trabalhar num centro de saúde. A cidade pequena no Alentejo e o sentido de comunidade "foi de facto um novo mundo", contou.