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Drama

A cavaleira Sónia Matias recorda as dores de vida, como a morte prematura da irmã e a despedida da mãe nos seus braços, cedo demais, sem tempo para conhecer a neta

Fez-se cavaleira tauromáquica contra tudo e contra todos. A menina de cabelos loiros leva já 25 anos de toureira, a primeira em Portugal. Um percurso de êxitos mas também de espinhos e mortes prematuras que deixaram marcas profundas.
Por FLASH! | 20 de novembro de 2025 às 14:27
A cavaleira Sónia Matias recorda as dores de vida, como a morte prematura da irmã e a despedida da mãe nos seus braços, cedo demais, sem tempo para conhecer a neta
Sónia Matias recorda dores e perdas, como a morte da irmã e da mãe
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal
Sónia Matias recorda dores e perdas, como a morte da irmã e da mãe
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal
Sónia Matias, a primeira cavaleira tauromáquica em Portugal

Os pais eram "aficionados regulares, não eram aficionados fanáticos" e o contacto com a tauromaquia era para Sónia Matias, 48 anos de idade, as idas ao Campo Pequeno, em Lisboa, a assistir às corridas de toiros. Foi como espectadora que a paixão pelo cavalo, pelo toiro, pelos trajes e por todo aquele mundo começou a ganhar forma na ainda pré-adolescente, sem qualquer tradição nesta área.

Com apenas 11 anos de idade, Sónia Matias já tinha decidido que ser cavaleira tauromáquica era o que queria para a vida. Uma decisão difícil, porque não havia ninguém na família ligado aos toiros. Tornou-se na primeira mulher toureira em Portugal.

Um caminho que não foi fácil. "No início ninguém me levou a sério. Eram coisas de miúda", recordou no 'Dois às 10' desta quinta-feira, 20 de novembro. A sua resiliência levou a que conseguisse provar que este não era apenas "um sonho ou um capricho". O primeiro cavalo chegou quando tinha 11 anos de idade, depois de uma "grande birra" e "uma semana sem falar". Já em Samora Correia, no "coração do Ribatejo", o sonho começou a tomar forma.

O início foi difícil, a lutar contra os preconceitos: "Uma mulher? Não. Vais começar a namorar e acabas por desistir." Frases que magoaram Sónia Matias mas que não a fizeram desistir. E as coisas foram surgindo, com a cavaleira a conseguir conquistar os aficionados, com as "peças a encaixarem-se". Sónia Matias celebra 25 anos de carreira nas praças do mundo inteiro. Entretanto, foi mãe de Bárbara, quando tinha 42 anos, mas a ligação ao mundo taurino mantém-se tão decidida como nos primeiro anos.

Um percurso também feito de mágoa, dor e perda. Sónia Matias perdeu a irmã, que não resistiu a um tumor e partiu com apenas 16 anos de idade. "Já sofri bastante por perdas. Tive uma irmã que morreu quando tinha 16 anos, éramos muito compatíveis, muito amigas. Éramos aquelas irmãs mesmo unidas. Infelizmente, teve um tumor, sofreu bastante e eu também presenciei esse sofrimento. Foi sempre uma irmã fantástica que pediu aos pais para que me ajudassem a ser toureira. Dizia que eu ia ser uma toureira fantástica", recordou durante a conversa com Cláudio Ramos e Cristina Ferreira.

Também a mãe partiu cedo demais, antes de conhecer a neta: "A minha mãe era uma senhora belíssima e tive pena que ela não tivesse visto que eu fui mãe, porque ela ia ficar tão feliz. Tive essa pena dela não ter visto a linda neta que tem. O coração da minha mãe já estava fraquinho e foi um percurso de muito sofrimento porque a minha mãe teve que fazer a amputação de uma perna, depois da outra perna e eu sempre acompanhei, felizmente consegui estar ao pé da mãe nesses momentos mais difíceis."

Sónia Matias guarda a memória dos últimos momentos da mãe, que morreu literalmente nos seus braços, e que guardou as últimas forças que lhe restavam para despedir-se da filha. "Quando digo que morreu nos meus braços é porque morreu mesmo nos meus braços. A mãe estava a tomar banho, chama-me, eu vou a correr e diz: 'Sónia, eu vou morrer'. Eu digo: 'não mãe, não vais morrer'. E ela respondeu: 'sim, eu vou morrer'. Nisto, caiu nos meus braços. A vida para ela não foi tão longa quanto eu esperava, mas o amor perdura para sempre."

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