
Clara de Sousa, de 54 anos de idade, disse que não queria ser enviada especial da SIC para cobrir a guerra da Ucrânia. Disse também que não estava disponível para viajar para a Polónia ou para Roménia, por exemplo, para noticiar o conflito que se passa no Leste da Europa. O rosto do 'Jornal da Noite', da SIC [a par com Rodrigo Guedes de Carvalho], considerou não faz sentido um pivô ir para um palco de guerra. "Fazer o quê? Fazer aquilo que as outras pessoas fazem, que é meter os seus pivôs a 500 quilómetros de onde as coisas estão a acontecer?", criticou, sem, no entanto, dizer a quem se referia especificamente: "Para isso, não me parece que valha muito a pena. Acho melhor estarmos cá."
José Rodrigues dos Santos, da RTP, e Judite Sousa, da CNN, ambos pivôs e ambos enviados especiais à Ucrânia, acabaram por reagir às declarações de Clara de Sousa e a polémica instalou-se. A jornalista da SIC decidiu esclarecer tudo e até enaltece o trabalho de alguns colegas.
"Não poderia estar mais de acordo com o que disse o meu colega [José Rodrigues dos Santos], que desde sempre foi pivô e desde sempre, e bem, esteve em cenários de guerra. Bem que ele disse que não sabia em que contexto eu teria feito as tais declarações, estranhou, é natural, porque sabe que não sou desprovida de bom senso, já me conhece há demasiados anos", começou por dizer Clara de Sousa sobre a polémica com o pivô da estação pública.
E esclarece ainda: "Confrontado, ele respondeu exatamente o que eu teria respondido. Faz sempre sentido ter um jornalista no terreno , seja ou não pivô, cobrindo os vários palcos que por um ou outro motivo são notícia - tanto José Rodrigues dos Santos como Pedro Mourinho, meu querido amigo que fez um excelente trabalho em Kiev. Destaco também o trabalho da Ana Peneda Moreira que, sendo pivô da SIC Notícias, fez um excelente trabalho em Kiev nas duas vezes que lá esteve, ou a Ana Sofia Cardoso, da CNN, superfocada, a fazer o seu trabalho muito bem", aponta.
Clara de Sousa garante esta polémica nasceu de uma "extrapolação enviesada" das suas declarações. "Criticar os meus colegas? Não, nunca o fiz nem pretendo fazê-lo", afiança. E esclarece que o que disse teve como exemplo o envio de Anderson Cooper, da CNN Internacional, para Lviv, a ser pivô: "É isso que não faz sentido para mim. E foi a isso que me referi. Um pivô a ser pivô no palco de guerra".