
Depois de Clara de Sousa ter criticado pivôs que trocaram a redação pela guerra da Ucrânia ficando "a 500 km" longe das bombas, Judite Sousa reage duramente às palavras da jornalista da SIC.
"Há jornalistas que só querem aparecer na televisão", disse Judite, em conversa com Manuel Luís Goucha. A antiga pivô da TVI, que agora colabora com a CNN Portugal, garantiu que o grosso do seu trabalho ao longo destes 40 anos de carreira foi em reportagem, onde diz sentir-se bem... e depois aproveitou para deixar um conselho... a quem critica o que não sabe, naquilo que foi um recado direto para Clara de Sousa, apesar de nunca ter dito o nome da jornalista da SIC.
"Sou uma testemunha profissional dos acontecimentos. Tenho de fazer o meu melhor trabalho para comunicar a informação aos espetadores", disse Judite, garantindo que nunca se foi abaixo durante os dias que esteve na Ucrânia.
"As guerras têm 3 dimensões: dimensão bélica, geopolítica e humanitária. Acontece que eu acho que temos de ser muito prudentes quando não temos experiência profissional em cenários de guerra e produzimos afirmações públicas sobre aquilo que nunca fizemos e sobre aquilo que não sabemos", disse Judite Sousa. "Isso é uma crítica?", atirou Goucha. "Não é uma crítica, é um conselho que deixo".
"Não devemos pronunciar em público sobre coisas que não vivemos ou não sabemos. Só procuro falar em público daquilo que vivi ou sei", acrescentou.
E o que disse, então, Clara de Sousa? A jornalista da SIC criticou quem ia para a Ucrânia e ficava longe da "ação". "Não sou repórter de guerra. E também acho que as pessoas não podem ir de ânimo leve para este tipo de palcos. As pessoas devem estar onde são mais necessárias", disse, citada por uma revista. "Se sou mais necessária no estúdio para 'distribuir jogo', obviamente que são os meus colegas que têm mais treino em cenários de guerra que devem ir para lá. Porque isto de estar num palco de guerra não é uma coisa simples. As pessoas têm de perceber que, além de arriscado, há regras a cumprir, há treino que é necessário ter, experiência necessária, e devem ir os melhores. Como noutros tempos iam o Paulo Camacho e a Cândida Pinto, que já têm muita experiência", acrescentou em declarações à 'Nova Gente'.José Rodrigues dos Santos reagiu: "O que posso dizer em termos gerais sobre Lviv é que, estando a RTP coberta em Kiev, fazia todo o sentido estarem Lviv. Isto por duas razões. A primeira é que Lviv era o epicentro do êxodo massivo de deslocados de guerra, acontecimento de grande gravidade que requeria cobertura imediata. A segunda é que, nos primeiros dias de guerra, supunha-se que, pelas suas características, a invasão russa se destinava a toda a Ucrânia (…), mas ninguém está ainda em condições de garantir que a invasão não acabará por incluir toda a Ucrânia, uma vez que os planos russos não são ainda conhecidos", justificou o jornalista.
Agora, Judite Sousa entrou na polémica e deixou um "conselho" para Clara de Sousa.