
Foram muitas as dificuldades que encontrou pelo caminho, mas Matheus Nunes chegou finalmente ao topo do futebol, tendo assinado pelo Manchester City, numa transferência que movimentou 62 milhões de euros.
A averbada soma contrasta com as humildes origens do médio de 25 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas aos 13 anos mudou-se para a Ericeira com a mãe e com o padrasto, que é português. O país mudou mas o sonho de ser futebolista não, e para o conseguir trabalhou na pastelaria do seu padrinho, Humberto Salvador, enquanto jogava no Ericeirense: "Ele já queria ganhar o dinheiro dele, até para ajudar a família, porque tem a mãe, um irmão mais velho e duas irmãs pequenitas. Por isso, arranjei-lhe trabalho. Se se safava? Claro. Ele é um miúdo inteligente e bem-educado, por isso não tinha qualquer problema", contou ao ‘Mais Futebol’.
As boas exibições ao serviço do clube que militava nas distritais de Lisboa valeram-lhe uma oportunidade no Clube Oriental de Lisboa durante a pré-temporada, mas uma lesão afastou-o das contas do emblema de Marvila e, quando regressou, foi notificado de que estava dispensado, regressando assim à casa de partida. Fez testes em clubes como o Benfica, o Sporting de Braga e o Leicester que não foram bem-sucedidos, mas nem por isso desistiu.
O passo em frente foi alcançado quando o Estoril o decide contratar para a sua equipa de sub-23 e desde aí a ascensão tem sido meteórica: no espaço de meses é promovido à equipa principal do clube da linha de Cascais e chega depois ao Sporting, onde, logo no ano seguinte, vence um campeonato contribuindo com golos decisivos e, passado uma época, conquista uma transferência para a liga inglesa pela mão do Wolverhampton, conseguindo ainda chegar à seleção nacional portuguesa (depois de ter recusado uma chamada do Brasil).
Agora, reforço do campeão europeu em título, transformou-se numa inspiração para milhões de jovens pelo mundo fora e promete ser uma das grandes estrelas da selecção de Portugal.