
Aos 61 anos de idade, Marina Mota assume que perdeu algum encanto com a carreira que escolheu para a vida: ser atriz. A Judite de 'Senhora do Mar' confessa que não é uma mulher apaixonada pela profissão e aponta críticas também aos canais generalistas. Aquilo que a 'salva' é o carinho do público.
"Quando faço uma retrospetiva da minha vida, acho que estas manifestações de carinho são das coisas que mais me empurram e me mantêm ativa [pausa]. As pessoas abraçam-me de uma forma muito gentil, com pequenos gestos e pequenas coisas que me fazem sentir bem e útil. Obviamente, também me amaciam o ego, mas esse não quero que seja gigante", refere em entrevista à 'Nova Gente'.
Mantém a esperança de se apaixonar todos os dias pela profissão de atriz, mas a realidade puxa-a à terra. "Não estou apaixonada, porque também acho que houve uma regressão gigante e não posso fingir, nem ter medo de dizer aquilo que está certo", diz na entrevista.
Marina Mota aponta alguns dos erros, como a desculpa batida de "o público não percebe". "Não gosto disso, continuo a tentar ser perfeccionista", garante. "Não tem a ver só com o dinheiro, mas sim com o cuidado, não ser negligente, a leveza com que às vezes se fazem as coisas, com achar que esta profissão é só dizermos ali umas coisas", sublinha. "O público é a entidade que mais respeito e odeio quando as pessoas se sentem mais inteligentes que o público", refere ainda.
A atriz não teme as palavras e deixa críticas aos canais generalistas. "Não vale a pena estar com paninhos quentes. Por exemplo, as novelas que são cortadas aos bocadinhos, que se dá meio episódio dos dias anteriores e depois passam cinco minutos novos… Não acho que isto seja bonito de se fazer. Como espectadora, não gosto que se falhem horários, não chego tarde a lado nenhum", aponta.