
As novas revelações foram feitas por José Leite, o pai de Armanda, uma das sobreviventes do trágico acidente de 25 de junho, de 2011, que roubou a vida a Angélico Vieira – morreu três dias depois em sequência dos ferimentos, a 28 de junho, tinha 28 anos.
José Leite recordou aquela madrugada fatídica durante a conversa com Júlia Pinheiro, numa edição do programa das tardes da SIC. O pai de Armanda, e empresário, encontrava-se em Angola na altura do acidente. Assim que soube do sinistro voou para o Porto e foi já no Hospital de Santo António que soube dos pormenores do que tinha acontecido pela então namorada de Angélico.
"Quem me contou os pormenores todos do acidente foi a Anita Costa. Ela apresentou-se como a namorada do falecido Angélico", revelou o empresário. Foi emocionado que José Leite recordou os acontecimentos de há quase 10 anos.
"Eles estiveram um dia ou dois em Vila do Conde, depois foram a Espanha encontrar-se com o Augusto [Fernandes], do Auguscar. Passaram o dia juntos, na praia, andaram de jet-sky, passaram lá o dia. À noite, regressaram. O Angélico combinou com o Augusto trocar de carro. O carro em que ele andava já era emprestado pelo Augusto, da Auguscar, era outro BMW. O Angélico ia fazer uma apresentação em Santo Amaro de Oeiras e ele ia escolher entre dois carros que ele [Augusto] tinha lá, um jipe Hummer ou um BMW. Ele ia escolher um para fazer propaganda do carro. Já era hábito o Angélico andar com os carros dele e tentar vender. Isto foi o que ela [Anita Costa] me explicou que estava combinado com o Augusto".
Anita tinha ficado no Porto e não fez a viagem para Lisboa. "Ela não estava nesta viagem, porque ficou no Porto. Ela assistiu a toda esta troca de carros. Eu perguntei a que horas isso tinha acontecido e ela disse por volta das 23h30. Perguntei se tinham verificado pneus e essas coisas, e ela disse que não, que só tinham metido combustível e que arrancaram logo. O Angélico deixou-a em casa", conta o pai de Armanda.
Entretanto os negócios em Angola foram entregues ao filho e a um gerente para que José Leite pudesse cuidar da filha em Portugal. Acabariam por falir. Armanda ficou com sequelas graves dos ferimentos resultantes do acidente: "O lado direito, ela não mexe completamente. Nem a perna, nem o braço. Tem sequelas cognitivas, mas não aceita muito bem. Até 15 dias antes do acidente, ela lembra-se de tudo. Daí para a frente, já faltam algumas coisas".
As várias partes envolvidas acabaram numa longa batalha judicial para o apuramente de responsabilidades. José Leite acredita que houve um problema com o carro e que Angélico Vieira não teve responsabilidade no despiste que ocorreu na A1, junto ao nó de Estarreja e que acabaria por tirar-lhe a vida.
"Eu sabia que ele [Angélico] não bebia, não tinha vícios. Se se deu o acidente, algum motivo houve. Depois de ir ao local, fiquei mais descansado, porque vi logo que a culpa não foi dele. Não estou a dizer que não tivesse existido excesso de velocidade, mas sempre tive consciência que a culpa não foi dele. Para mim, foi uma falha mecânica, uma falha no carro. O acidente foi numa reta, não foi numa curva, não iam a ultrapassar ninguém… não se vê que ele tivesse andado aos 'esses', que tivesse travado… Não há nada, por isso vê-se que é uma falha do carro".