
Gonçalo da Câmara Pereira recebeu o diagnóstico de um cancro terminal, vendeu bens para pagar as suas dívidas e depois descobriu que tudo não passou de um erro médico.
"Foi uma coisa horrorosa. Estava cheio de dores de estômago, comecei a ir ao médico do centro de saúde, ele mandou-me fazer exames", recordou o músico em entrevista com Júlia Pinheiro esta segunda-feira, 15.
Após seis meses, o médico contactou-o para dar a notícia. "Chama-me lá e diz-me assim: 'Gonçalo, tenho uma boa e uma má notícia. Queres a boa ou a má?'", relatou.
"Olha, tens um cancro. Já tiraste dois pólipos pré-cancerosos [do cólon]. Agora também tens uma metástase no fígado e no rim esquerdo", disse o médico a Gonçalo da Câmara Pereira. "'Se isso é a boa, qual é a má?'", questionou o fadista e político. "'A má é que está no pâncreas'".
Pensando tratar-se de algo que lhe tiraria a vida em pouco tempo, o fadista tomou uma série de decisões. "Devia dinheiro à Caixa de Crédito Agrícola, cheguei lá e paguei, vendi as vacas, vendi tudo", contou. "Eu nunca mais morria, passou-se um mês, dois meses, eu não emagrecia", acrescentou. Foi então que decidiu pedir uma segunda opinião médica.
"Mandou-me repetir os exames e depois disse-me: 'Olhe, Gonçalo, no fígado é uma má configuração congénita, o rim esquerdo é uma pedra enorme e no pâncreas é um cisto sebáceo'".