
Quatro meses após a morte do pai, José Carlos Malato voltou a criticar a Fundação Champlimaud esta terça-feira, 4, numa publicação no Instagram, depois da instituição ter recebido 50 milhões de euros de familiares dos fundadores da Danone para a construção de um centro de pesquisa e tratamento do cancro do pâncreas.
O apresentador começa por dizer que a fundação "recebeu de um dador uns bons milhões para prosseguir o seu ‘core business’ que é a investigação do cancro".
"Ora, os laboratórios precisam de tecido humano para investigar. Os médicos precisam de doentes que, voluntariamente, decidam sujeitar-se aos tratamentos inovadores e experimentais. Sem eles, nada feito, (apesar dos ratinhos). Desses, há uns que melhoram, outros que conseguem estabilizar a doença e os que, por razões várias, acabam por piorar e morrer", continua a estrela da RTP.
O pedido que deixa é em relação aos cuidados paliativos que a fundação, diz, dedica pouco aos doentes. "Pessoalmente, gostaria que algum desse dinheiro fosse canalizado para a criação de uma verdadeira unidade de cuidados paliativos. Assim, talvez os doentes terminais conseguissem ter uma morte tão digna quão digno foi a forma como os trataram enquanto eram experimentos".
Não é a primeira vez que Malato escreve duras críticas à fundação.
Em abril, com o pai, António, em estado terminal deu conta da insatisfação que sentia em relação às práticas da Champlimaud. "O meu pai libertou-se, finalmente, do jugo pseudo misericordioso dos beatos (im)piedosos da Champalimaud de Calcutá. Está a acabar os seus dias num hospital civil".
A principal crítica de Malato, na altura, dizia respeito à tendência religiosa que a fundação segue.
António Malato começou a lutar contra um cancro no verão do ano passado, aos 74 anos.