A polícia norte-americana continua a recolher pistas, dados e depoimentos, no sentido de perceber quais foram as motivações para, em primeira instância, Cláudio Valente ter entrado a disparar na sua antiga Universidade, de Brown, tendo morto a tiro dois alunos e deixando outros nove feridos, e dias depois ter-se deslocado à porta de casa do antigo colega do Instituto Superior Técnico, Nuno Loureiro, atirando sobre este, que acabaria por falecer no dia seguinte no hospital, a mesma data em que, segundo dados da autópsia, o homicida de suicidou.
Agora, de acordo com o Correio da Manhã, sabe-se que Cláudio preparou terreno para este encontro com Nuno Loureiro, retomando o contacto com este, que acabaria por lhe abrir a porta e ser morto a tiro. Sobre as motivações, estas não são claras, mas tudo aponta para um crime de ódio, uma vez que Nuno Loureiro tinha tudo aquilo que ele não tinha atingido: uma vida familiar estável, e dirigia um dos maiores laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Ora, já os professores do Instituto Superior Técnico destacam a personalidade competitiva de Cláudio, que foi o melhor aluno do seu curso, que terminou com média de 19. No entanto, nas competências sociais deixaria a desejar, pelo que poderá ter sido movido pela inveja face ao sucesso de Nuno que atuou.
Certo é que o crime parece ter sido premeditado, uma vez que Cláudio deixou a casa de luxo alugada, onde vivia em Miami, alugou um carro em Boston e mudou-lhe a matrícula, preparando o crime para que este não fosse ligado à sua pessoa.
No entanto, seria este mesmo veículo que acabaria por o tramar, com uma mensagem deixada na plataforma 'Reddit' a alertar para a presença deste Nissan suspeito nas imediações da Universidade de Brown aquando do tiroteio. “Estou a falar a sério. A polícia precisa de investigar um Nissan cinzento com matrícula da Florida, possivelmente alugado”, escreveu o utilizador.
Quando as autoridades encontraram Cláudio, em New Hampshire, dentro de um armazém, este já estava morto, com um tiro auto-infligido. O físico tinha saído de Portugal há mais de oito anos, depois de ter conseguido um visto e estava de relações cortadas com a família, que reside na zona do Entrocamento.