
Victor Espadinha prepara-se para lançar um novo disco para celebrar 60 anos de palco. Aos 83 anos de vida, o ator e cantor tem um percurso repleto de histórias e várias polémicas, muitas motivadas pela frontalidade que o leva a dizer tudo o que pensa, sem receio das consequências. "Eu não tenho filtros e sou assim. Não minto e isto dói a muita gente", descreve-se em declarações a uma publicação semanal.
Essa frontalidade traz um preço associado e é talvez por isso que se mantém afastado das televisões. Victor Espadinha tem feito essencialmente teatro e é duro na avaliação que faz à ficção nacional no pequeno ecrã. "Muito mau! Atenção que não são todos, mas aquilo é tão mau, tão mau como produção, que não há paciência. As histórias são sempre iguais, os gajos repetem sempre a mesma coisa", aponta à mesma publicação.
Espadinha está de relações cortadas com a SIC e a TVI. E há um motivo que o ator revela agora pela primeira vez: a zanga com José Eduardo Moniz. O mal-estar entre os dois vem do tempo da RTP e envolve Herman José, que na altura estava banido da RTP.
"Quando eu tive um programa na RTP, a que as pessoas chamavam 'Roda o Palco', mas que na realidade se chamava 'P'ra Variar', o Sttau Monteiro, o Tavares Teles e o Mário Lindolfo, que eram os jornalistas/escritores, vieram ter comigo e disseram que eu era o único homem para meter o Herman José no programa (ele estava banido da RTP na altura). Depois, falei com o produtor a avisar que o Herman José era meu convidado num dos próximos programas. Ele virou-se para mim e disse: 'Ó pá, tu não me faças uma coisa dessas. Olha que vamos todos presos'", descreveu Vítor Espadinha à 'Nova Gente'.
"'Presos, mas presos porquê? O programa é meu.' Foi aí que entrou o José Eduardo Moniz. Ele mandou uma informação interna a dizer que o senhor Herman José não podia entrar. Eu disse ao Vítor Pedro, produtor, que já morreu, que fizesse o favor de dizer que o programa era meu e o convidado é quem eu quero. Eles, com o poder político, devem ter ficado com medo, mas o Herman José entrou e isso foi um ódio de morte até aos dias de hoje", revela o ator à mesma publicação.