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Isto é só uma opinião

Então o homem é um ativista a lutar contra a discriminação, e nem sabe a realidade do seu país? Ninguém lhe disse que é no meio em que a Maria se move, para usar as palavras dele, uma mulher de 50 anos de Valongo, como tantas outras Marias e Manuéis da classe média do Norte do País, que o respeito pela autodeterminação dos filhos mais está presente? Que é na classe alta do Sul do País que mais nos preocupa o suicídio de adolescentes incapazes de assumir a orientação sexual?
17 de outubro de 2021 às 06:00
Bruno Gomes d'Almeida
Bruno Gomes d'Almeida Foto: Instagram

Preconceito em cima de preconceito, é isto a casa do Big Brother. Nestes dias, tive a oportunidade de acompanhar uma conversa entre o Bruno e o António. Com a arrogância que é própria dos desinformados, o Bruno com o discurso do costume. "Tenho as minhas causas, e estou a fazer uma tese de doutoramento sobre elas… - Qual é o tema?", pergunta o António, mais inteligente e instruído. "Neste momento, chama-se… É só Arquitetura e Direitos Humanos (evidentemente ainda não é tese nenhuma, apenas a ilusão de a fazer…), estava a estudar em Paris um bairro completamente gay, estudar estas dinâmicas e como é que a arquitetura ajuda às semelhanças entre vários bairros e várias cidades... É sempre importante mostrar e, neste caso é mesmo curiosidade minha, perceber porque a Maria nunca perguntou nada sobre nada e aceita tudo tão bem. Este tipo de pessoa é a pessoa que eu pensaria que a priori iria ter muitas dúvidas em relação ao estado homossexual e mais ainda ao transexual... Imagino que, na sociedade dela, nos meios onde se movimenta, obviamente deve haver gays, mas que não se vão assumir, porque essas pessoas não aceitam os filhos, não aceitam pessoas desse tipo. Portanto, era mesmo curiosidade minha perceber como é que ela tinha encarado tudo tão bem."

O António ainda lhe explica que em todo o lado há quem lide bem e quem lide menos bem. E que a avó dele (António) apenas receava que ele andasse por aí a ser estridente (como eu entendo a avó do António…). Bonito. Então o homem é um ativista a lutar contra a discriminação, e nem sabe a realidade do seu país? Ninguém lhe disse que é no meio em que a Maria se move, para usar as palavras dele, uma mulher de 50 anos de Valongo, como tantas outras Marias e Manuéis da classe média do Norte do País, que o respeito pela autodeterminação dos filhos mais está presente? Que é na classe alta do Sul do País que mais nos preocupa o suicídio de adolescentes incapazes de assumir a orientação sexual? Claro que o tempo em bairros gay de Paris, ou as confusões que o levaram à prisão na Indonésia, país tranquilo que tantas vezes visitei, ou a roubar garrafas de vinho nos supermercados, lhe tiraram tempo para conhecer Portugal. Mas então que pense duas vezes antes de se apresentar como ativista, algo tão nobre, que tantas vezes obriga a abdicar da própria vida em prol dos outros. Mas, obviamente, com preparação! Que rapazinho desocupado.

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