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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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De 'Quer o Destino' a 'Festa é Festa'. O que tem mudado na novela?

Como é que 'Quer o Destino' se transforma na única novela elegível para os Emmy? Muito simples: porque a forma de fazer novela em Portugal tem sofrido muitas mudanças, entre elas transformar as produções, de uma forma geral, em produtos em que a comédia ganha cada vez mais força.
01 de outubro de 2021 às 18:00
Quer o Destino
Quer o Destino

O anúncio da nomeação para os Emmy Awards de Quer o Destino não surpreendeu. A novela da TVI assinada por Helena Amaral, a partir do original chileno Amanda, é das últimas produções do género em Portugal a obedecer aos padrões que presidem a estas nomeações para o prémio. Estava bem escrita, mais bem interpretada, com ritmo, suspense, história. Era uma novela estruturada, com princípio, meio e fim.

Os prémios Emmy – os mais importantes galardões da indústria de televisão mundial – premeiam novelas na categoria com o mesmo nome. Portugal já arrecadou três: Meu Amor (2010, TVI, autoria de António Barreira), Laços de Sangue (2011, SIC, de Pedro Lopes), Ouro Verde (2018, TVI, Maria João Costa). Se nos lembrarmos de cada uma delas, identificamos que se trata de "dramalhões" e se enquadram perfeitamente entre o que recebe os favores da indústria. Como é que Quer o Destino se transforma na única novela elegível? Muito simples: porque a forma de fazer novela em Portugal tem sofrido muitas mudanças, entre elas transformar as produções, de uma forma geral, em produtos em que a comédia ganha cada vez mais força. O maior exemplo é Festa É Festa, a novela que se transformou num fenómeno de popularidade graças ao seu estilo leve, às personagens que são caricaturas de Portugal – todos nós conhecemos Binos e Aidinhas e Tomés "paus-mandados"... A novela que conquistou o público não é suficientemente boa para os prémios internacionais? A questão não é a qualidade, mas sim o tom e a necessidade de seguir padrões a que o género tem de obedecer. Ora, Festa É Festa é tão pouco ortodoxa na forma como é escrita que dificilmente se poderá enquadrar. Não é a única: do mesmo "mal" sofre Amor Amor, da SIC, que caricatura personagens e transforma um drama numa comédia com os bastidores da música pimba como cenário, ou Nazaré – tão leve, tão leve que não poderia ser levada a sério pelo júri destes prémios.

Qualidade e boas audiências são conceitos que dificilmente caminham de mãos dadas. Por isso, torço por Quer o Destino, que junta ambas.

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