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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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Em equipa que ganha... voltamos a mexer!

Qual a última para nos "surpreender" – essa palavra que as televisões tanto gostam? Inventar apresentadores novos para o Big Brother. A minha pergunta, sentada no sofá, arrasada de tanta mexida, é: "Mas para quê?" Não estava bem como estava? O programa não era líder incontestado com Teresa Guilherme ou, depois, com Teresa Guilherme e Cláudio Ramos? Então, mexer para quê?
12 de setembro de 2021 às 10:24
Teresa Guiherme, Cláudio Ramos
Teresa Guiherme, Cláudio Ramos

O que a SIC tem de previsível e arrumada, de programas uma grelha à distância de seis meses (ou um ano, ainda não percebi bem), de manter, de só mexer em última instância – a ponto de se tornar enfadonha –, tem a TVI de caótica. Tanto quer surpreender, criar sempre algo novo que entusiasme o espectador, não olhando a custos nem a gastos – a publicidade (que aparece em todos os formatos) que pague –, que causa o efeito semelhante à SIC, mas no seu contrário: cansa. Cansa não pela monotonia, mas pela azáfama de querer "mexer por mexer", como aquelas crianças que não conseguem ficar paradas um só minuto e, no fim do dia, deixam os pais rebentados de tanto reboliço.

Assim somos nós, espectadores. Qual a última para nos "surpreender" – essa palavra que as televisões tanto gostam? Inventar apresentadores novos para o Big Brother. A minha pergunta, sentada no sofá, arrasada de tanta mexida, é: "Mas para quê?" Não estava bem como estava? O programa não era líder incontestado com Teresa Guilherme ou, depois, com Teresa Guilherme e Cláudio Ramos? Então, mexer para quê? Para "surpreender"? Porque alguém disse "porque eu quero".

Deixem-me partilhar uma teoria que me ensinaram há muitos anos: em equipa que ganha não se mexe. Isto não é coisa de "futebolês", de quatro linhas. Isto aplica-se a tudo na vida, se pensarmos bem. Mexemos quando está mal e precisamos de encontrar soluções. Se ganhamos, é porque o público está feliz e assim deve continuar. O  espectador tem hábitos e gosta de os cumprir – como a SIC bem sabe. Os hábitos são o seu porto seguro. Gosta de formatos, gosta de personagens que passa a conhecer pelo nome – daí o sucesso das novelas e dos reality shows que fidelizam e mantêm figuras semanas a fio.

É claro que é preciso pensar em soluções boas para o espectador, ter o plano B, C, D, para o continuar a cativar, na certeza de que, se ele gosta do A, é com o A que fica. Posto isto, a pergunta que se impõe é: mudar a apresentação do Big Brother, produto vencedor, para quê? Porque apetece? Porque não há lugares cativos? Eu não tenho nada a ver com as escolhas seja de quem for, mas que isto um dia, com tantas mudanças, pode correr mal não tenho grandes dúvidas. Mas "eles é que sabem", como se costuma dizer.

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