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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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Politicamente correto

Comecemos por aquela questão inevitável que se pode fazer a quem programa: o que (co)move as pessoas? Uma leitura rápida dirá, as grandes causas: racismo, homofobia, género, feminismo, ambiente... Estamos todos de acordo que estes são os grandes temas que os "twitteiros" adoram e que quem é obcecado por "estar sempre em cima do acontecimento" não pode passar ao lado.
18 de setembro de 2021 às 07:00
Lourenço, do 'BB'
Lourenço, do 'BB' Foto: DR

Vamos partir deste princípio: redes sociais e televisão não se movem pelos mesmos princípios. Posto isto, vamos ao que interessa: o novo Big Brother.  Comecemos por aquela questão inevitável que se pode fazer a quem programa: o que (co)move as pessoas? Uma leitura rápida dirá, as grandes causas: racismo, homofobia, género, feminismo, ambiente... Estamos todos de acordo que estes são os grandes temas que os "twitteiros" adoram e que quem é obcecado por "estar sempre em cima do acontecimento" não pode passar ao lado.

Foi nesta lógica que nasceu o primeiro casting para o BB 2020 – antes de Cristina Ferreira regressar à TVI e que teve Cláudio Ramos como único apresentador. Nesse BB, com uma escolha de candidatos distinta do habitual, sobressaíram figuras que defendiam, de facto, as suas bandeiras: Ana Catharina, que não admitia que nenhum homem lhe tocasse só "porque sim" e defendia o direito ao corpo; ou Diogo, viajante, disruptivo de qualquer candidato do programa. 

Foi nesta lógica que nasceu o primeiro casting para o BB 2020 – antes de Cristina Ferreira regressar à TVI e que teve Cláudio Ramos como único apresentador. Nesse BB, com uma escolha de candidatos distinta do habitual, sobressaíram figuras que defendiam, de facto, as suas bandeiras: Ana Catharina, que não admitia que nenhum homem lhe tocasse só "porque sim" e defendia o direito ao corpo; ou Diogo, viajante, disruptivo de qualquer candidato do programa. 

Isto aconteceu há um ano e meio na TVI. Esse BB teve bons resultados, mas não ganhou sempre. Depois deste regressou-se à "normalidade" no que toca a casting de candidatos. Passaram duas edições e eis que agora, setembro de 2021, o BB volta cheio de causas, de consciência social e de assuntos que podem dar matéria noticiosa (desde que se queira) na imprensa e polémica (desde que alimentada) nas redes sociais.

Começamos pela escolha dos apresentadores: Manuel Luís Goucha (que já fora rosto de Secret Story, logo seria uma opção natural, como foi Teresa Guilherme) e Cláudio Ramos (um já veterano desta nova fase do reality show). Detalhe politicamente correto: os dois são homossexuais assumidos – o que não podia ser mais fragmentário, mas também mais "tendência" para promover a discussão. Continuamos nos concorrentes: um transexual negro, uma mulher que diz ter sido despedida nos Emirados Árabes por ser... mulher, um globetrotter defensor de quase todas as causas enumeradas previamente, um empreendedor de food and beverage que conta como se assumiu gay.

A descrição está cheia de clichês, certo? Mas são estes que fazem a diferença deste BB e o tornam apetecível nas redes. Há quem lhe chame "bandeira", eu prefiro chamar-lhe "nova forma de preconceito". Porque no dia em que vivermos numa sociedade livre e justa, não precisaremos de mostrar "personagens" para defender o que já é "natural". Até lá, nada contra dar a conhecer, desde que não seja de forma voyeur nem desumana. Só isso. 

Começamos pela escolha dos apresentadores: Manuel Luís Goucha (que já fora rosto de Secret Story, logo seria uma opção natural, como foi Teresa Guilherme) e Cláudio Ramos (um já veterano desta nova fase do reality show). Detalhe politicamente correto: os dois são homossexuais assumidos – o que não podia ser mais fragmentário, mas também mais "tendência" para promover a discussão. Continuamos nos concorrentes: um transexual negro, uma mulher que diz ter sido despedida nos Emirados Árabes por ser... mulher, um globetrotter defensor de quase todas as causas enumeradas previamente, um empreendedor de food and beverage que conta como se assumiu gay.

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