
Vamos olhar para a noite de domingo, quando Carlos Moedas e Alexandra Leitão, ambos candidatos à autarquia de Lisboa, se enfrentaram em cenário de brincadeiras e piadinhas mais ou menos conseguidas em ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’. Leitão mais sóbria, Moedas mais preparado para a graçola (as perguntas, como se sabe, são disponibilizadas antecipadamente aos entrevistados) acabaram por mostrar um pouco de si caso eleitos para comandar Lisboa.
O programa de Ricardo Araújo Pereira é um bom palco para fazer a prova dos nove a quem ali passa, em ambiente aparentemente não hostil, com o garante de ser visto por centenas de milhares de pessoas, ou seja, perfeito para fazer passar uma mensagem aos cidadãos votantes. Na verdade, é de imagem que se trata, não de programa eleitora e propostas – por muito que RAP se esforce por trazer à mesa, sob a forma de humor cáustico, os temas que contam.
Quando um candidato ali aterra, sabe que será julgado por aquilo que os outros ficarão a pensar de si – e não do que defende. Se é divertido, se sabe rir de si próprio, se é um chato ou gozado em demasia. Quem aceita o convite tem de mostrar que é ‘cool’.
A questão é se esta imagem pública faz a diferença. Se “ir ao RAP” pode mudar o rumo de eleições. Nos tempos presentes, eu apostaria que sim.