
Há notícias terríveis de dar às "crianças" quando estas se divertem no parque, ou na praia, ou em qualquer lugar animado (mesmo que não pareça): acabou, temos de regressar. Foi basicamente o que aconteceu aos repórteres televisivos destacados para a cobertura do velório e funeral (e cerimónias relacionadas) com a morte da rainha Isabel II, que após uma semana e pouco em Inglaterra – na Escócia e em Londres, na maior parte dos casos – lá tiveram de fazer as malas e regressar a Portugal. Uma maçada!
Apesar de a razão que os levou a afastarem-se dos estúdios fosse triste – uma morte, de uma monarca, é certo, mas uma morte –, a verdade é que estas "férias" londrinas se tornaram algo parecido com um encontro de ex-colegas de escola, em que se reveem amigos, se encontram aqueles de quem já ninguém se lembrava, se tem tempo para conversar longe dos olhares indiscretos, enfim, se respira. Claro que havia muito trabalho – eu sei, eu sei – com mais ou menos diretos de acordo com a excitação da régie de Lisboa (mais do que o que as audiências estavam a render), mas se todas as reportagens fossem como esta, sem tiroteios, sem minas no campo (só as deixadas, eventualmente, por algum colega maldisposto), sem o coração a bater (só de emoção com tanto glamour), estaria o mundo bem... A verdade é que a cobertura das cerimónias fúnebres de Sua Majestade teve mais pinta de primeira fila de desfile de moda, com cada um a usar um fato preto com corte de alfaiataria mais ou menos acentuado, do que propriamente de reportagem. Eu sei, estamos a falar de pivôs de primeira linha, com uma imagem a defender – sua e da estação que representam. Também sei que o "evento" é currículo para qualquer discussão de mesa de restaurante, versão "quando eu estive em Londres..." Mas, meus queridos, deixem-me confessar uma coisa: estava à espera de mais imaginação nesta cobertura de tantos dias. Afinal, o momento mais entusiasmante foi o quase diálogo de José Rodrigues dos Santos com um cavalo, na Escócia! Isso, sim, foi diferente. E é por essas e por outras que o povo o compreende. Haja criatividade, meus caros! Agora, chichi, cama, que amanhã trabalha-se.