Depois do sucesso de ‘O Gambito de Dama’, Anya Taylor-Joy junta-se a Thomasin McKenzie para matar saudades em ‘A Noite Passada em Soho’
Filme de Edgar Wright promete ser uma das surpresas do ano, impulsionado por duas estrelas em ascensão nos papéis principais.
O destaque das estreias nas salas de cinema desta semana vai para o filme ‘A Noite Passada em Soho’, de Edgar Wright: é o primeiro trabalho da atriz-sensação de 2020, Anya Taylor-Joy, desde o seu sucesso mundial na pele da xadrezista Beth Harmon em ‘O Gambito de Dama’, da Netflix, no qual se junta a outra estrela em ascensão na Sétima Arte, a neozelandesa Thomasin McKenzie.
Trata-se de um thriller psicológico focada em Eloise, uma jovem com uma inabalável paixão por moda que é transportada para a década de 1960, mais precisamente para o bairro londrino de Soho na pele de uma cantora noturna, de nome Sandie, numa obra que aborda as questões sociais inerentes à era em que é passado, misturando-as com pormenores tipicamente associados às películas de terror.
Para Wright, que acumulou as funções de realizador, co-argumentista e produtor, este filme representa um aviso sobre a nostalgia excessiva: "A moral da história é que, mesmo que conseguíssemos viajar para o passado, não poderíamos ter o bem sem o mal, portanto é quase como um aviso àqueles que são demasiado nostálgicos em relação ao passado", afirmou o cineasta inglês ao ‘The Wrap.’
"Não há uma década perfeita em que tudo foi bom e nada foi mau, não existe, há quem goste de imaginar que era tudo melhor antes, mas claro que não é verdade", completou o realizador conhecido por ter realizado os filmes de comédia da trilogia ‘Three Flavours Cornetto’ com Shaun Pegg, assim como ‘Scott Pilgrim contra o Mundo’, de 2010.
O filme tem também um elemento musical, indissociável da personagem interpretada por Anya Taylor-Joy, que dá uma nova dimensão à carreira da atriz natural de Miami: "Eu acho que fiquei surpreendida porque o Edgar Wright nunca me tinha ouvido cantar quando me deu o papel. E foi mágico, estou muito grata", começou por dizer à ‘Pop Sugar’, explicando que a ideia de cantar o tema ‘Downtown’, um original de Petula Clark de 1964, numa versão acappella foi sua, "simplesmente pensei que seria mais genuíno em relação ao que se passa no filme."
A outra protagonista, Thomasin McKenzie, chegou ao estrelato em 2018 com o seu acladíssimo papel de Tom em ‘Leave No Trace’, de Debra Granik. Aos 21 anos tem em ‘A Noite Passada em Soho’ uma nova oportunidade de brilhar e assumir-se como um dos nomes de futuro do cinema mainstream: "É um esforço gigante para mim ser "grande." Mesmo quando estou num papel de grande dimensão, eu vejo o filme e sinto que é muito mais pequeno do que eu senti que fosse", contou à ‘Esquire’, antes de rematar, "o confinamento foi o momento ideal para parar e pensar naquilo que queria fazer. Eu não faço filmes a pensar no quão grandes se podem tornar, estou apenas a viver dia a dia."
O veredito final pertencerá, como habitual, aos espetadores, mas tudo indica que ‘A Noite Passada em Soho’ será não só um dos filmes do ano, como também o momento de afirmação de duas atrizes, de origens díspares – Anya cresceu na Argentina, Thomasin na Nova Zelândia – prontas para serem caras proeminentes da próxima geração de Hollywood.