‘El Diablo’ foi o tema escolhido pela CyBC, a estação pública de Chipre, para representar o país no festival da Eurovisão, que terá lugar em Roterdão, no próximo mês de maio. A música, que aparece no 13.º lugar na previsão do site Eurovision World, caiu no goto de muitos dos fãs do festival, mas está a causar controvérsia no país de origem.
Escrita por Jimmy Joker e interpretada pela grega Elena Tsagrinou, a letra da canção levou a que uma associação cipriota de teologia, assim como o partido de extrema-direita ELAM reagissem, condenando a escolha por considerarem que tem ligações ao satanismo e desrespeita a fé cristã. Adicionalmente, a estação tem recebido múltiplas ameaças, incluindo um telefonema que insinuava que o edifício do canal iria ser incendiado, e a detenção de um homem que forçou a entrada na sede gritando frases intimidatórias.
Uma petição para que a escolha de tema fosse modificada já chegou às 12 mil assinaturas, enquanto que a CyBC reagiu dizendo que os críticos não interpretaram corretamente a letra da música, que inclui a passagem "Eu apaixonei-me, dei o meu coração a El Diablo", explicando que é sobre "uma rapariga que está numa relação abusiva" e representa a "luta eterna entre o Bem e o Mal."
A controvérsia fez aumentar o mediatismo da canção, com o número de visualizações de 'El Diablo' no YouTube a disparar. O polémico tema será a 37ª participação de Chipre no Festival da Eurovisão, sendo que a melhor participação cipriota aconteceu exatamente na edição portuguesa de 2018, quando o tema ‘Fuego’ de Eleni Foureira atingiu o segundo posto, apenas ficando atrás do divisivo tema israelita ‘Toy’, de Netta.
