
Esta casa "é um sonho tornado realidade" para Fernando e Débora Bonfante. Fica situada na zona de Cascais, dentro de um condomínio privado e exclusivo na Abuxarda, e quase ninguém dá por ela. Não pelo seu tamanho (até porque é bem grande), mas pela sua localização quase secreta.
Este luxuoso refúgio foi pensado ao pormenor por este casal brasileiro de dentistas, para criar os seus dois filhos, Mariana, de 24 anos, e Lucas, de 18.
Conheça a história de Fernando e Débora Bonfante, de 51 e 49 anos de idade, e deslumbre-se com a sua casa.
Débora, conte-me um pouco da vossa história…Tanto eu como o Fernando viemos naquela altura em houve uma forte emigração de dentistas brasileiros para Portugal, nos anos 90. Só nos conhecemos cá, apaixonamo-nos, casámos e tivemos dois filhos lindos. Foi quase amor à primeira vista e já estamos casados há 26 anos. Mas não foi fácil chegar até aqui, foi preciso batalhar muito. Tinha 24 anos quando vim para Portugal, fui trabalhar para a Sertã, depois para Sintra e foi aí que conheci o Fernando. Depois abrimos a nossa primeira clínica em Oeiras… e com dois filhos pequenos foi uma loucura.
Uma loucura, mas conseguiram…Imagine, sem apoio familiar e com uma clinica para gerir. Não foi tarefa fácil. Eu sou aquela mãe que gosta de estar bem presente na vida dos filhos, sou muito maternal. Fazia questão de os levar e buscar à escola, de levar à natação… e nunca abandonei a minha profissão. Sou muito rápida e consigo fazer muita coisa ao mesmo tempo, então as coisas acabaram por funcionar. Quando fazemos tudo com amor, tudo vai funcionando. Claro há momentos de stress… mas, hoje com 50 anos, paro e penso: consegui e estou conseguindo dar a volta. O importante é nunca desistir nem baixar os braços. E foi isso que fizémos. E agora, passados quase 30 anos desde que chegámos a Portugal, temos a nossa clínica, Bonfante Dental Clinic, em Carcavelos, que também tem área de formação.
Fale-me desta casa… é um sonho tornado realidade?É mesmo um sonho tornado realidade. Mas as coisas nem sempre acontecem no momento certo ou quando queremos. Idealizamo-la ainda as crianças eram pequenas. Mas houve tanta burocracia que acabou por atrasar tudo. Foi um processo muito lento. Demorou cerca de 6 anos: 2 anos para a autorização do condomínio, 2 anos para a autorização da casa, 2 anos para a construção. Então, de repente os meninos cresceram e foram à vida deles. O Lucas está a estudar em Inglaterra, desde os 14 anos. E a Mariana foi para o Porto estudar medicina dentária. Mas eles vêm de férias ou fim-de-semana e adoram estar cá.
Foi criada de raiz para vocês?Sim, foi, pelas mãos do arquitecto Francisco Simões. O lugar é fabuloso, é bem sossegado e de manhã ouvimos sempre os passarinhos a cantar. E a casa tem uma particularidade fantástica: uma luminosidade enorme e um jardim interior que percorre toda a moradia. Entra pela cave, vai subindo pelo hall de entrada e continua até ao 1º andar na zona dos quartos. É como se andássemos pela casa rodeando sempre este jardim interior.
E qual é a sua divisão favorita?A cozinha. Nós brasileiros, lá do nosso estado, adoramos receber na cozinha. Então construímos uma bem grande. É uma característica nossa. Os amigos do Lucas, por exemplo, antes de irem para a discoteca, passam por ali para beberem um copo, fazerem um lanche… e adoram. É uma casa óptima para receber pessoas. Gostava de conseguir passar aqui mais tempo, sentada no meu sofá fantástico a ler um livro… mas a clinica ocupa-nos muito tempo.
Foi a Débora que tratou da decoração?Como nos mudámos numa altura em que os filhos saíram de casa, não me dediquei assim tanto a decorá-la. Mas também, é uma casa que pede muito pouca coisa. Está num estilo simples minimalista, pois não gostamos de grandes exuberâncias.
E qual é a sua peça favorita?Gosto bastante de alguns quadros. O da sala, por exemplo, encomendei exclusivamente para aquele espaço e é do pintor Daniel Curado. No geral, a casa não teve grande projecto decorativo. Umas coisas já tinha, outras comprei…