
O mundo da moda está a chorar a morte de Issey Miyake, aos 84 anos. O falecimento deu-se na noite do dia 5 de agosto, de acordo com declarações de uma funcionária do estilista japonês à AFP. Apesar de não ter sido revelada a causa, várias fontes, entre elas a Reuters, indicam que Miyake morreu devido a um cancro no fígado.
"O espírito dinâmico de Miyake foi conduzido por uma curiosidade persistente e a vontade de transmitir a felicidade através do meio do design. Em alinhamento com os desejos do sr. Miyake, não haverá funeral ou serviço comemorativo", pôde ler-se num curto comunicado disponibilizado pelo Grupo Issey Miyake.
Natural de Hiroxima, sobreviveu aos 7 anos à primeira das bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre o Japão na II Guerra Mundial, que, não obstante, o deixaram com um coxeio visível. Miyake ficou primariamente conhecido ao grande público por ter desenhado as camisolas de gola alta pretas utilizadas por Steve Jobs.
Devido aos protestos estudantis de 1968, Miyake decidiu que não iria desenhar roupa apenas para os ricos, olhando para a moda como arte e como objeto funcional. Chegou ao topo da indústria logo a partir da década de 1980, pelos seus designs cuja força motriz era o desenvolvimento tecnológico. Manteve-se sempre no topo devido à sua mentalidade distinta da dos demais, demonstrada por exemplo pela sua ideia ‘One Piece of Cloth’ (‘Um pedaço de roupa’), baseada no conceito de que apenas um tubo de tecido poderia originar uma peça de roupa, reduzindo assim o desperdício.
Para além de roupa, as marcas de Miyake abrangiam um vasto leque de produtos, desde malas e relógios a fragrâncias e até garrafas de água. Foi um dos criadores e responsáveis pelo museu ‘21_21 Design Sight’, em Tóquio, que também funciona como centro de pesquisa para o design, e tinha ainda uma fundação em seu nome.