
O desfile de um dos mais criativos e irreverentes designers nacionais foi uma espécie de panfleto "revolucionário", um manifesto sobre o funcionamento da indústria de moda em Portugal, uma tomada de posição em relação ao panorama geral, de uma forma clara, transparente, direta, honesta e verdadeira.
Uma coleção que questiona, critica ou explica porque estamos aqui desta maneira, porque fazemos isto e como deveria o "público da moda", de uma forma geral, relacionar-se com ela, com a nossa obra e a nossa vida. É evidente que tudo isto foi feito com um grande sentido de humor.
Dino apresentou painéis das peças separados entre si e unidos com tiras e nós, efeito puzzle em que os painéis podem separar-se e mudar de posição. Efeito patchwork, peças feitas com painéis de tecidos atados uns aos outros, peças com o mínimo de acabamentos, redução máxima de recursos, redução máxima de aviamentos e mão de obra. Soluções resultantes da minimização de recursos. Peças muito amplas e sem modelagem aparente com kit de elementos, como por exemplo tiras de elástico soltos que podem colocar-se em várias partes das peças, criando diferentes opções de modelos "faça você mesmo".