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Planeta

Guerra na Ucrânia e pandemia poderão empurrar mais de 250 milhões para a pobreza extrema

O aumento dos custos alimentares e de energia associados à invasão russa ao território ucraniano irá piorar a situação já extremamente negativa causada pela pandemia de covid-19, segundo a Oxfam, que aponta o dedo aos governos pela sua inação.
12 de abril de 2022 às 14:53
Pobreza, crise alimentar
Pobreza, crise alimentar Foto: Getty Images

A Oxfam, confederação de organizações de caridade independentes relativas à erradicação da pobreza, alerta que o aumento dos preços dos produtos alimentares e energéticos, causados pela guerra na Ucrânia, poderão empurrar 65 milhões de pessoas para a pobreza extrema, isto depois do Banco Mundial já ter estimado que 198 milhões teriam o mesmo fim devido à pandemia de covid-19, num acréscimo total de mais de 250 milhões de pessoas – equivalente ao conjunto das populações de Espanha, Alemanha, França e Reino Unido – em risco de viver com menos de 1,90 dólares, ou 1,75 euros, por dia, no final de 2022.

"Sem ação radical imediata, podemos estar a testemunhar o mais profundo colapso da humanidade na pobreza extrema e no sofrimento de que há memória", referiu Gabriela Bucher, diretora executiva internacional da Oxfam, que pediu para que medidas como o cancelamento do reembolso da dívida para os países mais pobres, adjetivando como indesculpável a inação dos governos para tentar travar o aumento da pobreza: "Rejeitamos qualquer noção de que os governos não terão dinheiro ou meios para resolver os problemas da pobreza e da fome, e de assegurar que as pessoas gozem de saúde e bem-estar, apenas vemos uma ausência de imaginação económica e política para efetivamente agir."

No relatório, a Oxfam alega que os governos mais endividados poderão ser obrigados a cortar na despesa pública para conseguir sustentar a subida dos preços da importação dos produtos petrolíferos e alimentares, pedindo ao G20 que coloque 100 mil milhões de dólares de um fundo de austeridade, já existente, à disponibilidade destes países, protegendo os mais pobres das consequências da inflação, através de subsídios e da redução de impostos em bens e serviços.

Estima-se que as zonas geográficas mais prejudicadas serão o Médio Oriente e partes de África devido à disrupção das importações de cereais da região do Mar Negro, com a Oxfam a calcular mesmo que, na África Subsariana, os produtos alimentares poderão assumir uma proporção de 40% do rendimento.

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