12 milhões a somar todos os anos. Princesa Charlene e o contrato milionário que lhe pode custar a vida

Foi um fim-de-semana de festa no pequeno principado do Mónaco. Alberto e Charlene festejaram no passado dia 1 de julho 12 anos de casamento. Só que esta data foi assinalada de forma muito discreta na conta oficial do casal real no Instagram. Estranhou-se o silêncio da sul-africana que não fez qualquer referência ao dia em que subiu ao altar para casar com um príncipe e transformar-se, ela própria, numa princesa da vida real.

Estranhou-se? Talvez nem tanto assim, pois se sempre houve rumores de que o filho de Grace Kelly e do príncipe Rainier e a antiga nadadora olímpica não eram felizes como casal, nos últimos tempos esses rumores intensificaram-se e os sinais que saem do Palácio Grimaldi são por demais evidentes de que realmente nem tudo corre bem entre Charlene e Alberto. Já antes de ter adoecido – o que a obrigou a estar muitos e longos meses longe do principado – a princesa dava sinais de que estava profundamente infeliz a viver no Mónaco. Nem com o nascimento dos dois filhos recuperou a vontade de viver.

Não se sabe ao certo de onde lhe vem esta tristeza. Se é por partilhar a vida com um homem que parece já não amar, se é por viver num país que não é o seu e onde nunca se sentiu verdadeiramente em casa. Nem mesmo ter o irmão a viver no Mónaco lhe alegra os dias mais cinzentos ou reduz as saudades que sente da África do Sul.

Comecemos pelo Mónaco. De facto, Charlene não gosta de viver em permanência no principado. Por isso, nunca se dedicou ao país e aos seus habitantes. Precisamente o contrário do que aconteceu no passado com a sua falecida sogra. Grace Kelly, uma atriz norte-americana, na altura já uma celebridade de Hollywood, virou costas a Hollywood para casar Rainier. Mesmo com a disparidade cultural, a eterna musa de Alfred Hitchock "arregaçou" as mangas e entregou-se de corpo e alma ao Mónaco. É parte responsável pelo glamour e prestígio que principado alcançou nas décadas de 60, 70 e até 80.

CHARLENE, O CONTRÁRIO DE GRACE KELLY  

Já Charlene adotou uma postura completamente contrária à da sogra. Senão vejamos: depois de tantos anos, pelo menos 12, a sul-africana continua a não falar francês, a língua oficial do país. Evita marcar presença nos mais variados atos públicos. Apenas assiste aos que lhe são impostos e que não pode recusar pelo lugar que ocupa. Razões suficientes para afastar os monegascos da sua princesa. Sentem-se profundamente desiludidos com ela.

Grace Kelly, casamento, Mónaco, príncipe Rainier III, realeza, cerimónia Foto: Palais Princier de Monaco - Prince's Palace of Monaco

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Grace Kelly, casamento, Mónaco, príncipe Rainier III, realeza, cerimónia Foto: Palais Princier de Monaco - Prince's Palace of Monaco

Grace Kelly, casamento, Mónaco, príncipe Rainier III, realeza, cerimónia Foto: Palais Princier de Monaco - Prince's Palace of Monaco

Mas o Mónaco encerra para Charlene um outro problema, o de nunca se ter sentido acolhida pela família do marido, especialmente pela cunhada Carolina que nunca considerou a sul-africana uma digna sucessora da sua mãe, Grace Kelly. Os Grimaldi sempre consideraram que a atual primeira-dama do principado nunca estaria à altura da antiga estrela de Hollywood, nem em beleza, em requinte e sofisticação. Além do mais, não lhe reconheciam a formação necessária para ser princesa do Mónaco e nem sequer provinha de uma família da elite europeia. Não tinha berço, consideraram as irmãs de Alberto. Mas enquanto Stephanie apenas ignorou a cunhada, Carolina mantém uma relação mais conflituosa com a antiga atleta olímpica.

Este desconforto entre a mais velha dos Grimaldi e Charlene decorre também do facto de Carolina ter sido empurrada para um papel mais secundário pela cunhada. Não foi fácil para a irmã de Alberto, pois desde que a mãe morreu na sequência de um trágico acidente de viação a 14 de setembro de 1982, era ela que desempenhava o papel de primeira-dama do Mónaco. Primeiro, ao lado do pai e, depois, ao lado do irmão. Charlene sentiu desde o início esta falta de acolhimento e ausência de afeto dos Grimaldi para com ela. Isto fez com que se isolasse cada vez mais. Há quem fale até que

mergulhou numa severa depressão pela solidão que sentia longe da sua verdadeira casa e dos seus.

UM MARIDO POUCO APAIXONADO

Vamos agora a Alberto e ao amor que parece já não existir. Não há certezas de que o casal alguma vez tenha estado verdadeiramente apaixonado. E muito menos que um tenha sido o grande amor da vida do outro. Mas no início, quando conheceu o príncipe, é provável que Charlene se tenha deslumbrado com o herdeiro do pequeno e glamouroso principado europeu. Apreciou o glamour, a vida luxuosa e elitista de Alberto. Terá chegado a acreditar que seria a protagonista de um conto de fadas. Mas tudo indica que a sul-africana percebeu cedo que não era bem assim.

mergulhou numa severa depressão pela solidão que sentia longe da sua verdadeira casa e dos seus.

Aceitou, no entanto, casar com o filho de Grace Kelly e Rainier mesmo estando ciente que a união não passava de um mero "negócio". Assinou um contrato ao qual esteve ligada durante 5 anos. Os laços contratuais obrigavam-na a ficar casada até 2016, isto se já tivesse sido mãe e dado um herdeiro ao Mónaco. Foi o que aconteceu, mas ainda assim, e sem estar "presa" a Alberto, a princesa optou por ficar no Mónaco e manter-se casada. Uma das razões apontadas para isso é, claro está, os filhos.

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Charlene, Alberto, monaco Foto: Reuters

Caso a sul-africana optasse por se divorciar perdia (e continuará a perder) a guarda de Gabriella e Jacques. Esta é uma das cláusulas que também faz parte do contrato nupcial. Mas podemos dizer que este foi um casamento que já começou mal.  Recordemos: poucos dias antes de casar Charlene ter-se-á arrependido do passo que iria dar. Ainda terá tentado sair do país para não casar com Alberto. Mas foi apanhada no aeroporto.  Depois de uma longa negociação, aceitou voltar ao principado e casar. Mas a cerimónia ficou marcada pelas lágrimas Charlene e pelo seu sorriso triste. Um sorriso que nunca mais a abandonou.

UM CONTRATO "ENVENENADO" 

Depois deste episódio de fuga, Charlene deixou-se convencer por Alberto e acabou por casar. E assim tem sido ao longo destes 12 anos. Deixou-se convencer em manter o casamento depois de terem terminado os cinco anos a que estava obrigada por contrato. Mais tarde, depois da sua "fuga" para a África do Sul onde adoeceu e ficou retida para recuperar, voltou a ser convencida a regressar ao Mónaco. Tal como foi convencida a deixar-se internar numa clínica na Suíça para tratar da sua fragilidade psicológica. E voltou a deixar-se convencer um pouco mais tarde a assinar um novo contrato. Mas desta vez o que a convenceu foi a força dos euros.

Alberto apresentou um documento à mulher onde se dispunha a pagar-lhe 12 milhões de euros por ano. Uma quantia que supostamente passou a ser depositada numa conta só da princesa por representar a casa real em público. E foi esse acordo a envolver milhões que fez com que a antiga atleta olímpica aceitasse permanecer casada e no Mónaco. Só que é precisamente esse novo contrato que está a destruir Charlene. A cada dia que passa, mesmo tendo muitos milhões no banco, a princesa é uma mulher que se mostra cada vez mais infeliz, apagada.  

Nos últimos tempos, voltou a dar sinais de instabilidade e fragilidade emocional. Há quem acredite que todo este sacrifício que este contrato a obriga a fazer pode ser o seu fim. A questão é saber por quanto tempo mais a mulher de Alberto vai aguentar. Até quando é que ela resistirá a esta tortura de se manter a viver num país que não suporta e, sobretudo, casada com um homem que há muito deixou de amar.