A segunda traição. O que André Villas-Boas fez a Pinto da Costa há 10 anos e que o presidente azul e branco nunca foi capaz de perdoar
Apesar de já terem trabalhado lado a lado, Pinto da Costa e André Villas-Boas nunca construíram uma relação de amizade. Até porque - e o presidente do FC Porto já o assumiu - houve uma atitude no passado que deixou o histórico do Porto desconfiado do treinador e que ele nunca perdoou.
André Villas-Boas é, agora, o rosto da oposição a Pinto da Costa, afirmando-se como alternativa ao presidente dos Dragões, na liderança do FC Porto. O treinador deverá candidatar-se em abril nas eleições do clube e pretende dar um novo rumo à equipa azul-e-branca, esperando, assim, o fim do longo reinado do dirigente portista.
Sobre a possível candidatura, Pinto da Costa já fez saber que fica surpreendido, no entanto já fez saber que não há qualquer relação de amizade a ligá-lo ao antigo treinador do FC Porto, com quem afirma só ter falado três vezes desde que este deixou o Dragão.
"Nunca tive (relação com Villas-Boas). Depois da sua passagem aqui, se falei com ele três vezes... [Nos Dragões de Ouro a seguir à saída] Até me ofereceu um relógio com uma grande dedicatória, bonito, tenho guardado na minha coleção. Infelizmente a última vez que o vi foi numa altura má, no funeral do Fernando Gomes, daí para cá nunca mais o vi", fez saber recentemente.
No entanto, a verdade é que mais do que não terem uma relação, terá ficado um mal-estar entre os dois quando Villas-Boas deixou o Dragão, em 2011. Na altura, o treinador assinaria pelo Chelsea, mas não foi o facto de ter ido para Inglaterra que incomodou o presidente azul-e-branco, mas sim o facto de ter deixado o clube na mão a apenas oito dias de o campeonato começar.
Uma traição para Pinto da Costa, que nunca esqueceu completamente o incidente e o acabaria por referir, anos mais tarde, quando Villas-Boas comentou o facto de o FC Porto não conseguir segurar os seus talentos face às propostas que recebem do campeonato inglês.
"Ninguém melhor que o André Villas-Boas para fazer essa afirmação. Foi o dinheiro inglês que, a oito dias do início do campeonato, o tirou da cadeira de sonho dele. Se ele abandona o FC Porto para ir para Inglaterra, é óbvio que eles têm um poder económico, sobretudo por causa dos impostos. Aqui um ordenado líquido de um milhão de euros custa 2,2 aos clubes, noutros países custa 1,5", disse o dirigente portista como uma farpa a Villas-Boas, recordando o facto de o treinador ter dito que o FC Porto era a sua "cadeira de sonho". Mais tarde, os dois acabariam por se encontrar numa gala dos Dragões de Ouro, dando um abraço que selaria uma paz que para todos sempre foi considerada de podre e que agora volta a ruir com a oposição de Villas-Boas à liderança de Pinto da Costa. Quando os dois estiveram juntos no FC Porto, o presidente azul-e-branco começava, então, a sua ligação a Fernanda Miranda, enquanto o técnico portista já era casado com a companheira, Joana Ornelas Teixeira. Apesar de não terem ficado propriamente amigas, as duas acabariam por partilhar uma série de amizades em comum, como a mulher do falecido jogador Fernando Gomes, Alexandra, e a companheira do ex-futebolista Deco.
Mais tarde, os dois acabariam por se encontrar numa gala dos Dragões de Ouro, dando um abraço que selaria uma paz que para todos sempre foi considerada de podre e que agora volta a ruir com a oposição de Villas-Boas à liderança de Pinto da Costa.
Quando os dois estiveram juntos no FC Porto, o presidente azul-e-branco começava, então, a sua ligação a Fernanda Miranda, enquanto o técnico portista já era casado com a companheira, Joana Ornelas Teixeira. Apesar de não terem ficado propriamente amigas, as duas acabariam por partilhar uma série de amizades em comum, como a mulher do falecido jogador Fernando Gomes, Alexandra, e a companheira do ex-futebolista Deco.
AMEAÇAS E VANDALISMO
Depois de se ter afirmado publicamente como crítico de Pinto da Costa, André Villas-Boas já sofreu na pele aquilo que poderá ser a sua vida nos próximos tempos. O treinador, que sempre conseguiu resguardar a vida privada ao máximo, acabaria por ver o condomínio onde vive, na Foz, invadido e um dos seus seguranças agredido. Um momento de pânico para o treinador, que tem visto a sua segurança constantemente ameaçada nos últimos tempos.
"Hoje, por volta das 00h48, a minha residência foi alvo de atos de violência e vandalismo. Foram lançados petardos, o que me alertou a mim, a um meu colaborador e a alguns vizinhos. A PSP foi chamada ao local e a devida participação da ocorrência efetuada. Mais tarde, pelas 04h30, no mesmo local, o meu colaborador foi violentamente agredido por desconhecidos e viu-lhe serem furtados alguns bens, incluindo a sua viatura. Tendo recebido assistência médica no local, encontra-se ainda a ser observado numa unidade hospitalar e a receber os cuidados médicos necessários para tratar os seus ferimentos", disse o antigo técnico.
André Villas-Boas lamentou ainda os "atos de intimidação, vandalismo e violência", o segundo ato no espaço de um mês. Recorde-se que o muro da casa do ex-treinador já tinha sido vandalizado com as palavras "traidor" e "ingrato". "Peço às autoridades a empenhada cooperação na resolução destes incidentes", apelou.
A principal preocupação de Villas-Boas é a segurança dos três filhos e da mulher, Joana, com quem completa em junho 19 ano de casamento.
"A felicidade espelhada em cada sorriso, beijo e abraço. Um amor traduzido nos nossos três lindos filhos e uma vida feita de aventuras nos quatro cantos do mundo. Obrigado, Joana", já fez saber numa declaração de amor pública à companheira, que tenta agora manter-se afastada de polémicas, continuando com a postura discreta com que sempre pautou a sua vida pública.
As redes sociais de Joana são privadas e o apoio a Villas-Boas é sempre na retaguarda, reforçando agora a proteção aos três filhos: Benedita, de 14 anos, Carolina, de 13, e Frederico, de 8.