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THE MAG - THE WEEKLY MAGAZINE BY FLASH!

Dos passeios noturnos que duram horas ao casamento proibido. As revelações mais privadas de Marcelo: “Não há família que aguente isto”

É alérgico a marisco e diz que vai fazer uma almoçarada de bife com ovo a cavalo quando abandonar Belém. As confissões de um Presidente que não se importa de quebrar regras, adora conduzir a ouvir jazz e explica por que não levou a família para o Palácio. Tudo isto revelado numa entrevista. Mas há muito mais:.. Nós contamos.
18 de agosto de 2022 às 23:40

Se morar em Lisboa e, durante uma caminhada noturna, se cruzar com Marcelo Rebelo de Sousa não estranhe. Melhor, convide-o para beber uma mini que ele aceita e ainda passam um serão animado a trocar dois dedos de conversa sobre o tempo, futebol ou o estado do país. As revelações são feitas pelo próprio Presidente da República, numa entrevista que deu que falar à jornalista Anabela Neves, para a CNN, em que fala sobre política, mas também levanta um pouco o véu sobre a sua vida mais privada.

"Depois do jantar, eu ando e só depois trabalho. Se estou em minha casa [particular, em Cascais], vou daí a caminho do Guincho e volto. Se estiver em Lisboa, o mais provável é ir a caminho do centro e regressar ou então até ao Estádio Nacional", explica, acrescentando que, se se der o caso de estar a jantar junto ao Cais do Sodré, vai a pé até ao Palácio de Belém. Pelo caminho, diz, é capaz de falar com mais de 200 pessoas numa só noite, o que faz com que a caminhada possa, com paragens, durar várias horas.

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A guiar, de Lisboa para Viseu, enquanto é entrevistado, de polo vestido, esquecendo por algumas horas a "farda" de Presidente,  Marcelo não passa dos 120 km/h – "um presidente que for apanhado a conduzir acima do limite de velocidade é feito em fanicos". O Presidente gosta de ouvir jazz ou clássicos da M80 enquanto conduz, uma paixão de que não prescinde mesmo que tenha motorista sempre à disposição. "Os meus antecessores acabaram por conduzir muito menos os seus carros, depois de terminarem os seus mandatos. E eu disse não, eu não vou perder os hábitos, porque eu gosto de guiar". A título de exemplo, também não abdica das idas diárias à praia, pela hora de almoço, refeição de que prescinde habitualmente em troca de um sumo e uma sandes. No entanto, há já coisas que mudaram desde que chegou à presidência.

"Depois do jantar, eu ando e só depois trabalho. Se estou em minha casa [particular, em Cascais], vou daí a caminho do Guincho e volto. Se estiver em Lisboa, o mais provável é ir a caminho do centro e regressar ou então até ao Estádio Nacional"

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Inicialmente, Marcelo tinha decidido não abandonar a sua casa própria, em Cascais, mas a pandemia acabou por ‘empurrá-lo’ para Belém. "Fiz a primeira quarentena em minha casa e foi uma tragédia porque não tinha ligações com o exterior, tentei fazer ligações por zoom, mas não tinha. Então fiquei a viver em Belém desde o dia 18 de março de 2020 até ao fim do estado de emergência. Quando veio a segunda vaga, mudei-me outra vez para Belém", revela, adiantando que agora é na residência oficial que passa a maior parte do tempo. Sozinho. Isto porque, ao contrário dos seus antecessores, Marcelo não tem primeira-dama e vive sem a família em Belém. Algo decidido desde o primeiro dia, apesar de nessa altura ser, não raras vezes, fotografado ao lado de Rita Amaral Cabral.

Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira
Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve, presidente da república Foto: Ivo Rainho Perereira

É a suposta namorada na sombra do presidente, há quase 40 anos. E se já os vimos a caminhar lado a lado no passadiço da Praia do Gigi, durante umas férias algarvias, a verdade é que, para todos os efeitos, Marcelo nunca a apresentou oficialmente como sendo a sua companheira. Recentemente, até surgiram rumores de que os dois já nem estariam juntos, mas para todos os efeitos, a advogada é a única mulher vista ao lado do presidente nos últimos anos, ou décadas.

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CASAMENTO FRACASSADO E NOVO AMOR

Oficialmente, o presidente da República só assumiu a relação com a mãe dos dois filhos, Ana Cristina Motta Veiga, mas a união acabou por chegar ao fim na década de 80, com Marcelo a atribuir parte do fracasso do casamento à sua vida atarefada. "A Cristina tem muito bom feitio, mas precisava de atenção. Eu acabei por nunca lhe dar essa atenção", admitiu no passado em entrevista ao Expresso. Após o fim do casamento, tomaria a decisão de nunca mais subir ao altar. "Não me voltarei a casar nunca mais. A Igreja Católica não aceita o divórcio e eu concordo. E eu recuso-me, pelas mesmas razões de princípio, a pedir a anulação do meu primeiro casamento".

"A Cristina tem muito bom feitio, mas precisava de atenção. Eu acabei por nunca lhe dar essa atenção. Não me voltarei a casar nunca mais. A Igreja Católica não aceita o divórcio e eu concordo."

Pouco depois da separação, começou o romance com Rita Amaral Cabral, com quem pontualmente ia aparecendo em férias ou eventos solidários. No entanto, quando chegou a altura de entrar em Belém, foi perentório. "Não há nada na Constituição que obrigue a que haja uma primeira-dama", justificou, deixando não só a namorada, mas também a restante família à porta do Palácio.

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Apesar desta união conhecida e da relação cúmplice que tem com os filhos e netos, Marcelo recusou a tradicional foto de família quando chegou à presidência. "Tenho horror à foto de família [que todos os presidentes da República tiram no início do mandato] porque um presidente tem de ser uma pessoa livre e independente. A família é encantadora para tantos fatores, mas cada membro tem a sua carreira, a sua vida, os seus amigos e os amigos da família acham que passam, por isso, a ser amigos do presidente. Em Portugal, são todos primos de todos, muito amigos e depois é um sarilho porque não há coragem para dizer que não", revela, acrescentando que a chegada ao Governo lhe trouxe, a ele próprio, familiares que desconhecia ter. "Descobri família que não conhecia desde que sou presidente, primos meus. O que aparece de parentes por todo o lado…"

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Quanto ao facto de levar uma vida muito solitária, na intimidade, Marcelo não tem dúvidas de que a sua forma de encarar a Presidência é incompatível com uma vida familiar. "Isto é uma missão que eu assumi. Se há um emigrante que tem um problema às tantas da manhã, paro o sono para saber o que se passou, um desastre de automóvel, ou se é preciso mudar o programa… Isto é incompatível. Não há família que aguente isto. Levando isto ao nível de proximidade a que eu levei, não é aguentável. É aguentável se for no exercício da função com alguma defesa, reserva e disciplina. Da maneira como eu faço, não há nenhuma família que aguente."

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Marcelo Rebelo de Sousa Foto: PAULO NOVAIS/LUSA
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Lili Caneças Foto: Cofina Media
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Lili Caneças Foto: Cofina Media
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Lili Caneças Foto: Instagram
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Lili Caneças Foto: Ivo Raínho Pereira
Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, calções, praia, cascais, presidente da república Flash
Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, calções, praia, cascais, presidente da república Flash
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Lili Caneças, Dois brancos e um preto Foto: Instagram
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Marcelo rebelo de sousa, rita amaral cabral, praia gigi, quinta do lago, férias, verão, algarve Foto: Ivo Raínho Pereira
Marcelo Rebelo de Sousa, Praia das Rocas Foto: Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa, Praia do Pessegueiro Foto: Lusa
marcelo e lili Flash
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OS SONHOS PARA OS NETOS

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Durante a entrevista, Marcelo, que guia de polo Ralph Lauren – uma imagem habitual de quando está na praia ou longe de compromissos oficiais –  explica que é um conversador nato e que adora as selfies, que se tornaram na sua imagem de marca. É ele próprio quem as tira, segurando no telemóvel das pessoas com quem se cruza, enquanto quer saber o que fazem e os problemas de quem tem pela frente. "Mesmo antes de ser presidente, perdi vários aviões porque as pessoas vinham ter comigo e tinham de me explicar os seus problemas e os seus dramas e isso foi transporto para o cargo presidencial".

"Mesmo antes de ser presidente, perdi vários aviões porque as pessoas vinham ter comigo e tinham de me explicar os seus problemas e os seus dramas"

Um cargo que acabou por suceder a uma carreira como comentador político de sucesso e às aulas que dava na Faculdade de Direito. Profissão que abraçou com amor, mas que não foi a paixão da sua vida, como assume. Em criança, Marcelo Rebelo de Sousa sonhava ser médico, mas acabou um "hipocondríaco elaborado". "Não tendo seguido a minha vocação, que era médico, acabei por ir para jurista para vingar o meu pai, que gostaria de ter ido para jurista e o padrasto forçou o a ir para médico. Eu gosto de saber as indicações e contra- indicações, sei os medicamentos todos que há sobre aquelas doenças que me afetam".

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Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella
Marcelo Rebelo de Sousa, Natal dos Hospitais 2017, RTP Foto: Ricardo Ruella

Com uma vida ativa aos 73 anos e poucas horas de sono diárias, Marcelo não pretende abrandar o ritmo quando sair de Belém e já tem definido o que quer fazer quando o seu mandato terminar. O presidente pretende continuar o seu trabalho nos Cuidados Paliativos – Marcelo visita, há vários anos, pacientes em fim de vida nos mais diversos hospitais – e conjugá-lo com algumas horas passadas ao lado dos mais jovens. Isto depois de celebrar como deve ser a sua retirada. "Eu já decidi, a 9 de março [de 2026], depois de efusivamente cumprimentar o meu sucessor, saio e faço uma grande almoçarada. Um bife com ovo a cavalo, batata frita e arroz com uma cerveja. A alternativa era marisco, mas era mais caro e eu sou alérgico", confessa.

Depois, pretende aproveitar a vida e a família, com quem não esteve tanto nos últimos anos. Pai de dois filhos e avô de cinco netos – o mais velho e único rapaz já na universidade - sonha dedicar-lhes tempo e espera ter pela frente anos suficientes para os ver bem na vida. "Sonhava ainda ver os meus netos e viver com eles algum tempo a realizarem os seus objetivos, gostava de os ver concretizarem isso, lançarem-se profissionalmente. Queria ver como ficam".

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Até porque com o filho Nuno Rebelo de Sousa, de 49 anos, a viver há vários anos no Brasil – onde é presidente da Câmara Portuguesa de São Paulo – os encontros não são assim tão frequentes. "Lido mal com as saudades, muito mal", já confidenciou o Presidente em entrevista.

Mais perto está a filha Sofia, formada em Ciências da Educação, com quem Marcelo chegou a viver sozinho quando já estava separado da primeira mulher.

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As viagens também estão entre os seus planos para a reforma. Apesar de já ter conhecido meio mundo enquanto Presidente, e mesmo antes disso, há destinos no mapa que ainda estão por riscar. "Gostava de visitar alguns sítios a que ainda não fui, como São Petersburgo [na Rússia]. Gostava de conhecer a Amazónia, também. Tenho uma dúzia de sítios que dá para uns 7 ou 8 anos. Depois, o que for, é ganho".

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