EXCLUSIVO: Marcos Tenório Bastinhas e Dália Madruga abrem as portas de casa ao Natal depois dos dias difíceis, a lutar com uma depressão profunda
O cavaleiro Marcos Tenório Bastinhas e a antiga apresentadora de televisão Dália Madruga abriram as portas da sua casa no Alentejo à FLASH! para partilharem as tradições de Natal da família, mas também do que foi este ano de desafios, com o toureiro a enfrentar problemas de saúde mental e, mais importante, falar do futuro e de como o amor foi a principal terapia para que tudo esteja a voltar à perfeita harmonia.A viverem em pleno Alentejo, a olhar a paisagem a perder de vista, pincelada de várias tonalidades de verdes e castanhos por esta época do ano, Marcos Tenório Bastinhas e Dália Madruga têm tudo a postos para um Natal especial, obrigatoriamente diferente dos anteriores. O casal recebeu-nos em casa, nos arredores de Elvas, região raiana, quase a espreitar Badajoz do outro lado da Fronteira, na companhia dos filhos, Clara, Alice e Joaquim, todos prontos para as festividades que aí vêm.
Este é um tempo de família, muito vivido com os quatro filhos, apesar do mais velho, João – fruto de uma anterior relação da antiga apresentadora com João Fernandes –, já com 18 anos, estar agora mais tempo fora de casa por causa dos estudos na universidade. Em casa, não falta a Árvore de Natal, o presépio e todos os sinais de que esta quadra de magia está a chegar.
Este vai ser um Natal diferente também por todas as emoções e angústias vividas durante o ano, depois do cavaleiro tauromáquico, de 39 anos de idade, ter decidido suspender a carreira nas arenas a 12 de julho, uma suspensão por "motivos pessoais", impostos por uma depressão profunda. Foi a gravidade da situação que o levou a tomar a decisão de suspender a atividade de 25 anos, pois sentiu que não podia continuar a tourear, o que colocaria a sua vida em risco. A sua mulher, Dália Madruga, chegou a descrever o medo constante de o deixar sozinho, receando que ele fizesse algo mais grave.
"Este Natal vai ser mais feliz que o anterior. No ano passado já estávamos aqui numa certa neblina. E este ano, foi de muita descoberta dele próprio [Marcos Tenório Bastinhas]. Foi olhar para as pequenas coisas e perceber que, às vezes, não precisamos de grandes coisas, nem de muita gente junta, bastam as pequenas coisas. É o Joaquim [o filho mais novo, de 4 anos de idade] que chega com um boneco e diz que é o pai ou a mãe. É ir buscar os nossos filhos à escola – é o Marcos ter tempo para ir buscar os nossos filhos à escola, que era uma coisa que não tinha. Ter tempo para as pequenas coisas", descreve Dália Madruga.
"Assim como discutir coisas de marketing e gestão e direito com o João [o filho mais velho]. Nós temos quatro filhos extraordinários. Todos eles diferentes, mas todos eles nos trazem uma grande alegria. Ou seja, acho que a nossa maior dádiva é sermos pais. Acho que se não tivéssemos os nossos filhos, isto ia ser muito pior. Porque eles são o objetivo de vida. Nós somos responsáveis por eles e eles precisam de nós a cada dia. E eu acho que isso foi muito importante também para esta recuperação. E está a ser para esta recuperação do Marcos. E eu acho que este Natal vai ser da nossa parte de agradecimento, por estarmos todos juntos e por estarmos melhores. Para eles [filhos] vai ser a festa de sempre", descreve a antiga apresentadora, que foi o principal suporte do marido, durante o período mais agudo da doença.
A DIFÍCIL LUTA DA FAMÍLIA CONTRA A DEPRESSÃO PROFUNDA
"Difícil? estaria a mentir se dissesse que não foi. Foi muito difícil porque é difícil ver a pessoa que amamos nesta situação. Acima de tudo, a pessoa que eu amo, para não falar que é o pai dos meus filhos. Mas eu divido muito bem essas duas partes. Uma coisa é o pai dos meus filhos e outra coisa é a pessoa que eu escolhi para viver o resto da vida. E é muito difícil, requer muita dádiva também da nossa parte, da disponibilidade, de querer muito isto. Mas, acima de tudo, tem de haver muito amor. Porque isto é uma situação, e eu compreendo isso melhor que ninguém, que se não houver muito amor é muito difícil estar ao lado de uma pessoa que está a viver uma depressão. Porque, por vezes, falta-nos um bocadinho o ar. Porque queremos que as coisas melhorem, queremos dar-lhe espaço mas, ao mesmo tempo, parece que não sabemos como. E, às vezes, é só ficar ao lado, caladinhos", avalia Dália Madruga, que decidiu mudar a sua vida há cerca de "13 ou 14 anos". "Casámos há 10", recorda.
Foi por amor que Dália trocou os dias alucinantes em Lisboa pela maior tranquilidade no Alto Alentejo. Ganhou tempo e ganhou vida. Uma vida diferente. Deixou uma carreira na televisão, e não se arrepende. "Confesso que agora quando vejo televisão não tenho saudades nenhumas. Pelo menos, a televisão que se faz agora é um bocadinho diferente." A sua missão passou a ser a dedicação à família. "Sinto-me tão preenchida com o meu marido, os meus filhos, os nossos projetos, que não sinto falta nenhuma. Acho que sou uma sortuda por ter vindo para aqui", assegura.
Em todo este processo, foi ela o 'anjo da guarda' de Marcos Tenório? "Sinto que fui a mulher que tinha que ser. E eu acho que quando casamos é isso um bocadinho. É dar-nos ao outro e estarmos lá para o bom e para o mau."
A CRIAR MEMÓRIAS FUTURAS ATRAVÉS DA MAGIA DO NATAL
De volta às tradições de Natal. Esta é uma época particularmente preenchida para Dália Madruga, também por causa da pastelaria que abriu em Elvas, Olívia. "Isto é uma época de muita azáfama para mim, para os meus clientes e depois para aqui para casa", refere. Dália conta com uma ajuda preciosa para que tudo seja perfeito nestes dias de festa, a mãe, também uma cozinheira de "mão-cheia".
Estes dias dividem-se entre a casa de Marcos e Dália, com a da irmã, Núria Madruga, e Campo Maior, com a família de Marcos, neto do malogrado comendador Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro. "Queremos chegar a todo o lado e às vezes é um bocadinho difícil", sublinha a antiga apresentadora, que confessa ser "péssima" na cozinha, na hora de preparar a Consoada. "É uma época de muita azáfama para mim e acabo por não fazer nada", assume.
"A mãe da Dália ajuda nos doces", sublinha Marcos que este ano já tem uma tarefa atribuída para os afazeres na cozinha: "Vou estender a massa dos coscorões." "Estes são dias muito engraçados. Aqui em casa, com os miúdos, anda tudo de um lado para o outro. Uns a fazer uma coisa, outros a fazer outra. A música de Natal. São momentos muito giros e que temos de guardar no coração e tentar partilhar ao máximo com os nossos filhos essa azáfama. Criar memórias. Uma das coisas mais importantes é criarmos memórias. Assim como criaram connosco quando éramos crianças, também que saibamos criar memórias aos nossos", refere Marcos Tenório Bastinhas.
Na mesa de Natal não pode faltar o peru, que em casa de Marcos e Dália, substitui o tradicional bacalhau. Nos doces, e para além dos coscorões, há a arroz doce "da mãe", a sericaia com ameixa de Elvas, e as cerejas. Mas, o Natal é muito mais do que a mesa, e nesta casa são muitas as atividades que ajudam a criar a magia da quadra. "Muita conversa. Muito ter tempo para o outro. O Natal é um bocadinho isso. Jogar às cartas, também, que é sempre uma titarada, como se diz aqui. Porque toda a gente quer ganhar."