Nininho aterrorizado com medo de perder tudo. O que ele lutou para construir um império que está a um ponto de ruir, sob suspeita de tráfico de droga
Contratos televisivos e impasse com futuras marcações de concertos preocupam artista, que teme que o processo de tráfico de droga se arraste no tempo e entretanto a sua carreira já esteja condenada.
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Rute Lourenço |08 de maio de 2025 às 22:00
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Nininho Vaz Maia
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Nininho Vaz Maia vivia há anos um sonho que nunca julgou possível. Tinha conseguido fugir ao destino do bairro da Picheleira, em Lisboa, onde cresceu, e à sina do pai, que esteve vários anos preso, para se tornar numa estrela nacional, com participação em programas televisivos e com concertos lotados. Ao início, assume, não se julgava merecedor de tanta atenção, mas com o passar do tempo foi saboreando a fama, o amor que os fãs lhe dedicavam e o dinheiro que a sua nova vida lhe garantia, e que podia mudar não só os seus dias como os de toda a família.
"No meu bairro não se falava em sucesso, não acreditávamos que era para nós, era muito difícil chegarmos lá. O futuro era incerto", diz, quem sempre, no entanto, acreditou, ter uma espécie de estrelinha a guiá-lo. "Para mim não há outra forma de ver as coisas. Acredito que há algo alguém que me protege, pelos riscos que corri quando não era tão maduro. Fui protegido e sou um abençoado."
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Nininho Vaz Maia
Foto: dr
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Esta era, no fundo, a mensagem que Nininho sempre passava nas entrevistas e que, inevitavelmente, o aproximava das pessoas, criava identificação, fazia sonhar, sentir que, se ele conseguia, também era possível para o 'comum dos mortais'. Daí o desespero que se apoderou do músico quando, esta semana, foi constituído arguido num processo de tráfico de droga e branqueamento com dimensões internacionais. Apesar de ter clamado a sua inocência, é suspeito de ter transportado cocaína para Espanha pelo menos uma vez. A polícia terá chegado ao nome de Nininho através da aplicação encriptada Sky ECC, também conhecida como Whatsapp dos traficantes, que acabaria por ajudar a desmantelar a rede em que, alegadamente, o cantor de 37 anos está envolvido.
Para já, e além do comunicado em que afirmou estar inocente, o artista não cancelou quaisquer espetáculos e este sábado, dia 10 de maio, é esperado na Queima das Fitas, no Porto, onde há grande expectativa para ver como se apresenta Nininho aos fãs. No entanto, as incertezas em relação ao futuro são gigantes, com o cantor a temer perder tudo aquilo que conquistou e que tantas vezes se baseou na imagem de resiliência de alguém que lutou por fugir a um destino quase certo de criminalidade e problemas.
Em relação aos espetáculos, há o receio de que novas datas não sejam marcadas enquanto o processo decorrer, o que como se sabe poderá arrastar-se durante muito tempo na Justiça, e também os programas televisivos são uma dor de cabeça, com Nininho a temer que as portas se fechem de vez em programas como o 'The Voice' onde os mentores são como que um exemplo para os mais novos talentos.
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O DRAMA DO PAI QUE NININHO NÃO QUIS REPETIR
Nininho Vaz Maia não esconde que a sua infância foi marcada por vários acontecimentos duros, sendo que o mais difícil foi a prisão do pai, quando tinha apenas 10 anos. Crescer sem a figura paterna em casa deixou marcas profundas na vida do artista, que assume ter-se esforçado para fugir ao destino que lhe parecia certo, numa mudança de rumo que queria, acima de tudo, transmitir aos três filhos.
"Estou muito focado em ser um exemplo para os meus filhos. Assisti a coisas que não quero que eles assistam, vi pessoas mortas, caídas porque assim foi a vida que escolheram. Fiquei mais frio ao ver partir muita gente que eu amo, família", afirmaria.
É aos filhos e à atual companheira, Triana Marin, que Nininho agora se agarra num momento particularmente difícil em que teme perder tudo aquilo que conquistou e de que tanto se orgulhava, por significar um caminho de resiliência. No entanto, como homem de fé, o artista deposita todas as suas esperanças na crença que sempre teve presente nos momentos mais duros, como aquele que vive agora.
