O choque de Toni! Como Marco Paulo escondeu a amizade e a vida secreta que levava com o bombeiro em Braga: "Aqui ele era livre e feliz"

Os últimos anos da vida de Marco Paulo trouxeram-lhe uma inglória batalha contra o cancro, mas também sentimentos novos e uma vida de felicidade que descobriu em Braga ao lado do bombeiro Eduardo Ferreira, a quem acabaria por deixar, em jeito de agradecimento, uma impressionante soma de 10 por cento do seu testamento milionário.

E se, na verdade, a amizade era do conhecimento, ainda que de forma vaga, pelos mais chegados, entre os quais o compadre António Coelho, mais conhecido por Toni, a verdade é que ninguém sabia da verdadeira importância que Eduardo tinha na vida de Marco Paulo, que fez questão de preservar ao máximo esta amizade que os últimos de vida lhe trouxe. Mais tarde, e sem avisar o compadre e melhor amigo, acabaria mesmo por fazer uma alteração ao testamento original para incluir Eduardo Ferreira.

Em entrevista à TV Guia, o bombeiro Dudu, como é carinhosamente tratado, garantiu que tinha uma "relação cordial" com Toni e Marquinho, o afilhado de Marco Paulo, ainda que muito longe da amizade que mantinha com o cantor.  Confirmou também que os dois não faziam ideia de que havia um novo testamento, do qual ele fazia parte, mas não se mostra preocupado com as eventuais repercussões legais do caso.

"Devem ter levado um choque quando souberam que eu era herdeiro, mas nada de estarem zangados comigo ou que me vão meter em tribunal. É um problema deles, não meu. O Marco quis incluir-me no testamento, foi uma coisa que quis fazer de reconhecimento pelo carinho que tive aqui por ele", explicou.

Sem nunca apontar diretamente o dedo àqueles que rodeavam Marco Paulo, Eduardo Ferreira admite que poucos podiam fazer ideia da felicidade que o cantor sentia de cada vez que viajava até Braga. Em contraste com a vida solitária que este dizia levar em Sintra onde, apesar de rodeado de gente, se sentiria permanentemente sozinho, as idas ao Norte acabariam por trazer um sentimento de felicidade que amparou o artista na reta final da sua vida.

"O Marco aqui era feliz, quando se ia embora dizia-me: 'Lá vou eu para as Carmelitas, para as clausuras. Chorava e queria voltar."

Os últimos anos e a vida em Braga acabaram por trazer um aconchego diferente a Marco Paulo numa altura da vida em que sentia mais sozinho e que a sensação de finitude, por causa do cancro contra o qual lutava, começava a estar mais presente. No entanto, Eduardo afirma que o cantor nunca perdeu a esperança e sonhava até em mudar de vida, começando um novo percurso no Norte, ao lado da nova família que encontrou e que passou a ter uma importância profunda na sua existência.

"Disse-me que se melhorasse do cancro gostava muito de vir viver para Braga. Cá era livre e feliz. Encaixou com isto, adorava este ambiente, este mundo diferente", avançou o bombeiro à TV Guia.

Na publicação, o bombeiro descreve ainda como em Braga Marco Paulo conseguia levar uma existência leve, descobrindo coisas a que se privava em Lisboa, tanto pelo facto de ser uma figura altamente mediática como por estar, na verdade, muito sozinho.

"Ele era livre e podia sair à rua e ir para todo o lado. Como ele dizia, nunca tinha ido a um shopping e ficava todo contente por o levarmos lá. Andava de chinelos e calções na rua. Íamos para os restaurantes e toda a gente o apaparicava e ele adorava", conta sobre os anos finais de Marco Paulo, em que este descobriu uma leveza que agradeceu de forma especial com o testamento milionário.