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Notícia
The Mag - entrevista

O grande momento do "puto" Diogo Piçarra chegou! E não, não é no 'The Voice', é para milhares no Altice Arena: "Nunca esperei chegar aqui tão depressa"

Os primeiros anos na música e a procura "difícil"por uma identidade própria. "Não queria ser só mais um vencedor de um concurso" [‘Ídolos’]. A estreia no maior palco do país, a namorada Mel e a filha Penélope, a carreia que tem passado a correr, a medalha atribuída pela câmara municipal de Faro e a acusação de plágio que o fez desistir do Festival da Canção.  
Por Miguel Azevedo | 29 de setembro de 2022 às 22:31
Diogo Piçarra, Mel Jordão Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão Foto: Instagram

O concerto foi adiado por duas vezes por causa da pandemia, mas agora vai finalmente realizar-se. "Há pessoas que já têm o bilhete desde 2019. Por isso é um alívio para mim e para todos os que esperavam por este dia", desabafa. Os dois anos de espera deram para aprumar ainda mais o espetáculo e ensaiar tudo ao pormenor, "luzes, cenografia e coreografia, entradas e saídas de balairinos, alinhamento e convidados", conta.

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Os ensaios decorreram nos estúdios Nova Imagem, na rua de Centieira, na zona oriental de Lisboa, curiosamente bem perto da Altice Arena, e contaram, num dos dias, com a presença de 150 fãs que vieram de propósito de todo o país, mães e filhas, casais de namorados, grupos de amigos ou simplesmente fãs solitários. "Fico sempre de coração cheio, porque são pessoas que me acompanham há muitos anos e que não falham, quer seja um ensaio, um grande espetáculo como este da Altice Arena ou um concerto numa feira no meio do nada".

O espetáculo que já está esgotado com cerca de 17 mil pessoas e que conta com os convidados Carolina Deslandes e Bispo, repete-se no dia 8 no Multiusos de Guimarães com Anselmo Ralph e Ivandro. Trata-se da maior produção alguma vez montada pelo cantor, o que lhe tem tirado algumas horas de sono. A apoiá- lo nas bancadas estará a família, especialmente a namorado Mel Jordão e a filha, a pequena Penélope de dois anos. "Acima de tudo gostava que as coisas corressem com muita calma e que o dia fosse inesquecível. Às vezes, como é tudo a correr, tenho este problema de não conseguir desfrutar dos momentos, mas desta vez quero mesmo pisar aquele palco para aproveitar, rir e chorar se tiver que ser, até porque não sei quando poderei vir a ter outra oportunidade como esta". 

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Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram
Diogo Piçarra, Mel Jordão e Penélope Foto: Instagram

Chegar à Altice Arena era um objetivo traçado ou não pensavas sequer nessa possibilidade?

Não, nunca pensei nisso. Aliás, eu nunca pensei em subir a este ou àquele palco. Esse nunca foi o meu objetivo final de fazer música ou gravar discos. Nunca esperei esta exposição, visibilidade ou sucesso que tenho hoje. O objetivo era cantar as minhas letras e fazer as minhas canções. O resto foi acontecendo. O Altice é um risco. É uma produção própria. Qualquer um pode pagar o aluguer daquela sala, mas o especial é conseguir enchê-la de pessoas prontas para te ouvirem.  

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O que achas que aquele miúdo que começou a cantar em bares, em Faro, pensaria hoje deste Diogo Piçarra?

Acho que lhe diria: "Olha! fizeste as coisas bem feitas. Tiveste calma, paciência, humildade e juntaste-te às pessoas certas!". Mas acho que também lhe diria que "ainda há muita coisa para fazer" e quase de certeza que ia mandá-lo trabalhar!! (risos)

"Quero mesmo pisar aquele palco para aproveitar, rir e chorar se tiver que ser, até porque não sei quando poderei vir a ter outra oportunidade como esta"

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A tua filhota vai estar neste concerto [Penélope fez dois anos em março]?

Claro, não podia faltar!

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Achas que ela já percebe tudo isto que está a acontecer com o pai?

Em termos da visibilidade que tenho ainda não, mas ela já sabe que o trabalho do pai é cantar. Eu explico-lhe sempre isso. Antes de sair de casa para os concertos, digo-lhe sempre que "o pai vai cantar..." e ela termina a frase "... para os meninos". Ainda é cedo para ela perceber tudo. Às vezes fica a olhar para mim muito admirada quando me vê a falar para o telemóvel, quando estou a fazer uma story (risos).

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Este vai ser o primeiro concerto dela?

Não. Este verão ela viu uns dois ou três, mas comprámos-lhe aqueles phones de proteção e ela já sabe que quando começa o concerto tem que os pôr. É o seu kit de concertos (risos). Claro que ela só aguenta uns quinze minutos. Depois, a mãe [Mel Jordão] lá tem que pôr a Patrulha Pata o resto do tempo (risos).

"Antes de sair de casa para os concertos, digo-lhe [à filha, Penélope] sempre que "o pai vai cantar..." e ela termina a frase "... para os meninos"."

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E como é que ela reage na plateia quanto te vê em palco?

Às vezes fica a olhar para os bailarinos e para as luzes, mas numa ou noutra música lá tenta acompanhar-me a cantar. Ainda assim, houve um concerto em que ela foi a estrela da noite. Foi num teatro na margem sul. Como o espaço era pequeno ouvia-se a voz dela em todo o lado. Ao mesmo tempo ia querendo colo das pessoas que lá estavam e então ia passando de pessoa para pessoa. Batia palmas e depois gritava quando eu acabava de cantar. Toda a gente ria imenso. O pior é quando ela me diz adeus e eu não consigo responder porque não a vejo. Aí sei que ela fica triste.

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O Diogo tem feito tanta coisa que parece que já leva uma carreira de décadas. No entanto, o teu disco de estreia só saiu há sete anos. As coisas têm acontecido depressa demais?

Sim e não. Hoje em dias vivemos num mundo tão rápido, em que a informação é tão imediata para todos, que é natural que sintamos que tudo passa a correr. Se me perguntassem se eu pensava fazer um Altice Arena dez anos depois do ‘Ídolos’, eu diria que não, nunca na vida. Na verdade eu só pensava fazer isto lá para os 20 ou 25 anos de carreira. Era o mais expectável e natural.  

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Mas no meio desta correria toda consegues desfrutar de tudo o que te tem acontecido ou não há tempo para isso?

É difícil parar ou olhar pela janela e desfrutar da viagem. Eu estou num túnel, a viajar de comboio a toda a velocidade e parece que não há paisagem. Estou sempre a pensar na próxima estação. É assim que eu me sinto, sempre a pensar no próximo passo, no próximo single, no próximo disco, no próximo concerto ou no próximo video. Mas não posso dizer que a viagem esteja a ser má, até porque na carruagem seguem comigo pessoas que são muito boas, que me acompanham e que me fazem felizes.

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Por esta altura, o Diogo já deve ser herói nacional em Faro!

(risos) Não!. Por acaso a câmara Municipal já me atribuiu uma medalha. Curiosamente o presidente atual foi professor na minha escola secundária e conhecia-o bem.

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Qualquer dia tens lá uma estátua!

(Risos)... ou o nome de uma rua. Ia ser engraçado, mas obviamente que não penso em nada disso. Essas coisas geralmente até acontecem quando as pessoas já nem estão cá. São sempre homenagens póstumas.  

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Ainda manténs contacto com os Fora da Bóia, a banda com quem começaste a tocar no Algarve?

Sim, ainda há pouco tempo fui tocar a Tavira e eles apareceram todos. Passámos uma fase da juventude juntos que foi muito importante. Tocámos muito, sobretudo no Algarve. No resto do país tocávamos quando participávamos em concursos de música. Ficávamos quase sempre nos três primeiros lugares. Deslocávamos-nos numa carrinha muito velha, toda podre e chegávamos a Faro sempre mais pobres porque tínhamos gasto o dinheiro que tínhamos na viagem.

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O grupo ainda existe?

Não. Terminou logo  depois de eu ter saído para ir fazer Erasmus. Eles ainda andaram a tocar mais um ano com outro guitarrista, mas depois terminaram. Eu tinha ido para a republica Checa finalizar o curso de Línguas e Comunicação.  

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Sabendo que esta vida da música é feita de altos e baixos e sabendo que o Digo anda sempre lá por cima, ainda assim, há alguma coisa que não tenha corrido como desejaria?

Eu não andei sempre lá por cima. O início foi difícil a tentar descobrir a minha música e o meu estilo, passar de produtor para produtor. Arranjar a minha identidade foi stressante. Eu não queria ser apenas mais um vencedor de um concurso que não tinha conseguido fazer nada na música. Andei três anos nessa procura.

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A acusação de plágio no Festival da Canção foi o ponto mais negro da tua curta carreira?

Foi chato pelo facto da polémica ter sido desnecessária. Nunca houve nada de criminoso e nunca houve uma queixa contra mim. Foi uma polémica que começou nas redes sociais e que se tornou tão barulhenta que eu acabei por decidir sair do festival.  E saí para não turvar o festival. Se eu continuasse as pessoas iam continuar a falar disso e iam deixar de dar atenção aos concorrentes.

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E isso nunca te esmoreceu?

Não. Eu estava numa fase da minha vida em que estava a mudar de casa e estava tão ocupado com as mudanças, ainda sem televisão e internet que acho que nem me apercebi bem do que estava a acontecer. Curiosamente depois disso tudo lancei aquele que é o meu maior sucesso 'Paraíso'.

[A acusação de plágio] "Foi chato pelo facto da polémica ter sido desnecessária. Nunca houve nada de criminoso e nunca houve uma queixa contra mim. Foi uma polémica que começou nas redes sociais e que se tornou tão barulhenta que eu acabei por decidir sair do festival"

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E depois da Altice Arena o que se segue?

Depois tenho espetáculo no multiusos de Guimarães no dia 8 e sigo para uma digressão pela Europa, por Espanha, França, Luxemburgo e Inglaterra. Depois quero juntar as peças para um novo disco que queria pôr cá fora em 2023.  

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