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O pesado fardo de Marcelo Rebelo de Sousa e como o corte com o filho Nuno o desgastou a todos os níveis

Numa altura em que o presidente da República recupera de uma cirurgia a uma hérnia encarcerada, o País não esconde a preocupação com a saúde de Marcelo, que carrega anos de um peso emocional grande, que o desgastou a todos os níveis. Desde o polémico caso das gémeas luso-brasileiras, que levou ao corte de relações com o filho Nuno, que o chefe de Estado tem perdido exuberância, contando os dias para deixar Belém. "A mágoa está na cara dele em permanência", admite o amigo Pedro Santana Lopes.
Por Rute Lourenço | 02 de dezembro de 2025 às 16:52
Foto: Flash

Os últimos anos provavelmente carregam em si a sensação de muitos mais para Marcelo Rebelo de Sousa, que nunca terá ansiado tanto por uma reforma política, que lhe devolva a tranquilidade de rotinas, que se torna urgente, numa fase em que o corpo dá sinais e lhe pede descanso. O episódio da última segunda-feira, em que foi internado no Hospital de São João, no Porto, após ter sofrido uma paragem de digestão, e que culminou com uma cirurgia, esta terça-feira, dia 2 de dezembro, a uma hérnia encarcerada, é apenas mais um da longa lista que quase implora a Marcelo para parar. Os sinais públicos são inequívocos: o chefe de Estado, de 76 anos, a quem nunca lhe faltou o sorriso nem a paciência para dois dedos de conversa ou uma selfie, está menos exuberante e este é dos tais casos de transparência em que uma simples análise ao passado recente mostra como chegou até aqui: o caso das gémeas luso-brasileiras, o corte de relações com o filho, o escrutínio a que foi sujeito, tudo isso o desgastou de uma maneira que teve reflexos em praticamente todos os quadrantes da sua vida.

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"Nós que o conhecemos há mais anos, depois daquilo a mágoa está na cara dele em permanência e é natural", disse Pedro Santana Lopes ao NOW, não tendo dúvidas do desgaste que, para um pai extremoso como Marcelo, o corte de relações com o filho Nuno teve na sua vida.

"Ele tem tido imenso stress e toda a gente reconhece que desde que foi o caso que politicamente mais o abalou e envolveu o seu filho que ele se foi muito abaixo. Eu que o conheço há 40 anos... não tenho dúvidas nenhumas que isso deu cabo dele humanamente, principalmente a questão do filho, não tanto a política. O Marcelo que eu conheço sempre foi um pai extraordinário, cuidadoso, agora também com os netos", lamenta o comentador, sendo que o próprio presidente da República foi capaz de estabelecer essa correlação. "As gémeas foram um fenómeno adicional, mas não me desgastou politicamente, desgastou-me pessoalmente. É imperdoável, porque ele sabe que tenho um cargo público e político e pago por isso", revelou Marcelo Rebelo de Sousa, tentando desvalorizar o assunto. "Ele tem 51 anos. Se fosse o meu neto mais velho preferido, com 20 anos, eu iria sentir-me corresponsável. Mas, com 51 anos, é maior e vacinado".

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Marcelo Rebelo de Sousa com o filho, Nuno Foto: Cofina Media
Marcelo Rebelo de Sousa, o filho, Nuno, e a nora, Juliana Flash
Nuno Rebelo de Sousa, Marcelo Rebelo de Sousa Flash
Nuno Rebelo de Sousa, Marcelo Rebelo de Sousa Flash

No entanto, a preocupação está estampada no rosto de todos aqueles que o querem bem e pouco depois de rebentar o escândalo político, o padre Vítor Melícias acabaria por fazer esse desabafo público. "Temos falado, ele não está com a vida facilitada", afirma, acrescentando que o 'caso gémeas' tocou no ponto mais frágil de Marcelo, e por isso o magoou tanto. "É muito complicado, é a dimensão família", disse o padre Vítor Melícias ao 'Expresso', o que, na verdade, retrata bem aquilo por que o presidente passou e que abalou o seu mundo tanto na dimensão política como pessoal.

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O caso colocou a sua fé à prova e, mais do que nunca, Marcelo procurou nela respostas. Ao longo dos últimos anos, já foi visto numa rumaria a Fátima, entre os peregrinos, e quando o tempo livre não lhe permite tantos quilómetros, senta-se no banco mais recatado da igreja dos Jerónimos a rezar.

Criado no seio de uma família católica, Marcelo nunca deixou de professar a sua fé. E, na verdade, não é dos que apregoam e não dão o exemplo. Não o faz para, depois, partilhar nas redes sociais, faz parte da sua natureza: é como que um part-time silencioso, uma missão que assume nas suas horas vagas, em que dá e, de alguma forma, recebe conforto.

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"Ele se sabe que alguém vai morrer, chega a pedir o contacto dessa pessoa fora de horas, gosta de ir junto dela e falar-lhe", contou uma pessoa próxima ao 'Expresso', recordando que tudo está relacionado com a sua fé inabalável.

Marcelo Rebelo de Sousa Flash
Marcelo Rebelo de Sousa Flash
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa Flash
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, termina o mandato a 9 de março do próximo ano, o dia agendado para a tomada de posse do seu sucessor Flash
Presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa Flash
Marcelo Rebelo de Sousa Flash

O ADEUS A BELÉM

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Falta muito pouco para o Presidente da República fechar de vez a porta de Belém, e uma coisa é certa: nada lhe deixará saudades. Mais, conta as horas e minutos para que esse momento aconteça. Foi logo depois do caso das gémeas que Marcelo admitiu já sonhar com uma vida anónima (tanto quanto possível, dada a sua popularidade e natureza) e até deu algumas luzes aos jornalistas de como será a sua vida longe dos gabinetes oficiais, sendo que uma coisa é certa: não o irão ouvir a falar de política.

Quando questionado se iria ter saudades da Presidência, Marcelo nem pestanejou. "Nenhuma, nenhuma. Nenhuma, neste sentido, a minha vida foi sempre assim: tenho uma vida enquanto tenho essa vida, terminada essa fase começa uma outra fase completamente diferente."

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Marcelo Rebelo de Sousa, na praia de Monte Gordo Foto: Maria Madalena
Marcelo Rebelo de Sousa, na praia de Monte Gordo Foto: Maria Madalena
Marcelo Rebelo de Sousa, na praia de Monte Gordo Foto: Maria Madalena
Marcelo Rebelo de Sousa, na praia de Monte Gordo Foto: Maria Madalena
Marcelo Rebelo de Sousa, na praia de Monte Gordo Foto: Maria Madalena

Sobre como vão ser os seus dias longe de Belém, Marcelo já tem um plano bem traçado. Quer continuar a trabalhar, sim, mas sem a exposição pública dos dias de hoje e, acima de tudo, a fazer coisas de que goste e o apaixonem. "Primeiro, não falar mais de política, é logo uma coisa importante, é uma opção que um ex-Presidente tem que fazer. Uns fazem de uma maneira, outros fazem de outra. Eu tenciono fazer da maneira que é não intervir, não falar, não me pronunciar. O que é que eu vou fazer? Vou dedicar-me, sim, às escolas, mas básico e secundário. Aprendi, por exemplo, com o Plano Nacional de Leitura, que há imensa coisa a fazer em que eu posso ser útil, em que há atividades culturais que eu posso desenvolver, formativas, conhecendo a rede de escolas como conheço, e com o ritmo que a minha idade me permitirá quando deixar de ter este ritmo", conta Marcelo, que quando fechar este ciclo da sua vida e, espera, ainda com muita saúde para repetir os seus banhos de mar diários, colocar leituras em dia e desligar-se do stress que, como nunca, marcou a sua vida ao longo dos últimos anos.

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