O que se sabe sobre o real estado de saúde de Michael Schumacher. Mais de uma década depois depois do trágico acidente, mistério adensa-se com cumplicidade da mulher
Passou a vida a desafiar o perigo nos asfaltos, mas acabou por ser um acidente de esqui a roubar-lhe a vida tal como a conhecia. Contra todas as expectativas, Michael Schumacher sobreviveu, mas parte dele (talvez a maior) ficou naquele fatídico dia de dezembro. O antigo piloto nunca mais voltou a ser o mesmo, apesar dos esforços dos médicos e da mulher, que nunca desistiu dele. Passaram-se 11 anos, mas a história de sobrevivência do alemão continua a gerar grande curiosidade entre os fãs.
Já lá vão 11 anos desde o dia em que tudo mudou para Michael Schumacher e, consequentemente, para todos os que o rodeiam. Estávamos em dezembro e a família gozava uns dias de luxo nos Alpes franceses. O antigo piloto, então com 44 anos e já retirado das pistas, aproveitava ao máximo o tempo, antes da passagem de ano e do seu aniversário, a 3 de janeiro.
Adorava esquiar e conhecia aquelas pistas como ninguém, mas quando na manhã de dia 29 de dezembro de 2013 saiu para uma zona proibida de forma a auxiliar uma pessoa que havia caído, ele próprio entrou em 'terreno minado': começou a esquiar numa zona com pedras e, ao embater numa, foi catapultado a mais de dez metros de distância. Ao cair, bateu com a cabeça numa rocha e o impacto foi tão grande que o capacete se partiu em dois bocados.
Levado de helicóptero até o Hospital de Grenoble, nos Alpes, o alemão foi submetido a duas cirurgias e colocado em estado de coma induzido. Os médicos achavam que dificilmente sobreviveria e passaram-se meses até que Schumacher saísse da zona de perigo. Em abril, na primeira tentativa de tirarem o piloto do como, este mostrou sinais de consciência e em setembro, quase um ano após o acidente, foi levado para a mansão da família, em Gland, na Suíça, onde milhões de euros terão sido gastos para que fosse montado um mini-hospital com tudo o que o antigo atleta precisaria para a recuperação.
De lá para cá, todas as informações dadas foram escassas e nunca capazes de satisfazer a curiosidade daqueles que acompanharam a história dramática da lenda da Fórmula 1. Qual é, afinal, o seu real estado? É Schumacher capaz de comunicar de alguma forma com aqueles que o rodeiam? Que progressos fez ao longo destes anos? Conseguiu recuperar alguma mobilidade?
Volta e meia, o assunto vem à tona e recentemente foi notícia que o antigo piloto teria estado no casamento da filha Gina-Maria, na propriedade da família, em Maiorca, Espanha, onde reside desde há vários anos. Aos convidados, não foi permitido que tivessem por perto os seus telemóveis de forma a salvaguardar a privacidade do alemão, do qual nunca se viu qualquer imagem desde o acidente.
A família exige privacidade máxima, mas recentemente foram presos dois homens que tentaram extorquir em 1 milhão de euros a família com recurso a fotografias do piloto, que ameaçavam divulgar à imprensa. Nunca foi vista qualquer imagem e tudo o que se sabe é através daquilo que alguns amigos acedem contar à imprensa.
Depois disso, a única informação oficial sobre a evolução clínica de Schumacher é que, como terapêutica, especialistas têm levado o antigo piloto até um carro desportivo da Mercedes, com o objetivo de estimular o cérebro por meio de sons do motor, uma vez que este foi um ruído que sempre esteve presente na vida do alemão, que começou a pilotar karts com apenas quatro anos.
Ao longo dos últimos 11 anos, a família nunca desistiu de Michael Schumacher. O mesmo é dizer que a mulher, Corinna, dedicou a última década a manter o marido vivo, ao mesmo tempo que protegia os dois filhos da exposição mediática.
"Tenho saudades do Michael todos os dias, mas não sou só eu que sinti a falta dele... Os filhos, a família, todos à volta dele têm saudades. Mas ao mesmo tempo, o Michael está aqui, e dá-nos força", disse uma vez em conversa com fãs do marido, acrescentando que continua a gerir o clã como o fazia nos tempos em que Schumacher estava bem. "Para ele, o privado sempre foi para manter privado. Ele sempre nos protegeu, agora é a nossa vez de fazer o mesmo com ele."
De acordo com Jean Todt, se o antigo piloto está vivo é por causa da mulher. "Tenho passado muito tempo com a Corinna desde o acidente e ela é uma mulher incrível, que leva a família para a frente. Ela não estava à espera disto. Aconteceu de repente, e não teve escolha. Mas fez um ótimo trabalho", diz, enaltecendo a busca de Corinna sempre por novos tratamentos, a forma como reorganizou tudo para proporcionar ao marido os melhores cuidados.
"Graças ao trabalho dos médicos e à cooperação da Corinna, que queria que ele sobrevivesse, ele sobreviveu. Mas claro que há consequências. Esperemos que lentamente haja progressos."
Segundo é sabido, Schumacher, agora com 55 anos, vive com a família em Maiorca, tendo feito progressos lentos desde o acidente. O amor da família tem sido essencial para o manter vivo.