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Só sobraram as camas! Como Maria de Jesus Rendeiro viu a PJ entrar-lhe em casa e levar-lhe roupa, tapeçarias... e até vinho

Desde que o marido se pôs a milhas e a deixou em Portugal, todos os azares acontecem à mulher de João Rendeiro. Em menos de quatro meses, passou de senhora rica a viver numa mansão na Quinta Patiño, a viúva de marido vivo, com pulseira eletrónica. A machadada final foi abrir a porta à PJ... e só ficar com as paredes.
Por João Bénard Garcia | 03 de fevereiro de 2022 às 23:03
João Rendeiro e Maria de Jesus Foto: arquivo
João Rendeiro e Maria de Jesus Foto: arquivo
João Rendeiro e Maria de Jesus Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo
João Rendeiro Foto: arquivo

Foi a humilhação total. Maria de Jesus Rendeiro, de 69 anos, a mulher que o ex-banqueiro João Rendeiro, da mesma idade, deixou para trás quando fugiu em setembro de 2021 de jato privado para o Dubai, e deste emirado árabe para a África do Sul, foi surpreendida esta semana por agentes da Polícia Judiciária (PJ) que, a mando do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa (TCIC), lhe entraram pela casa adentro e começaram a embalar os pertences da família.

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Eletrodomésticos, móveis, três sofás, tapeçarias, televisões, obras de arte, vinho, roupa e até faqueiros, tudo o que pudesse ter algum valor pecuniário, foi arrestado, empacotado, etiquetado e enviado para o Gabinete de Administração de Bens do Estado para ser vendidos e, da verba futuramente apurada, ressarcir os lesados do extinto Banco Privado Português (BPP), entidade bancária que Rendeiro levou à falência em finais de 2008.

VÃO-SE OS ANÉIS, FICAM OS TACHOS

A Maria de Jesus Rendeiro, que está em prisão domiciliária no apartamento de 1,3 milhões de euros que Florêncio Almeida Junior, o ex-motorista, filho do fiel colaborador da família Rendeiro e presidente da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), comprou e colocou à disposição para usufruto, por doação, à patroa por 200 mil euros, resta agora um fogão e uns tachos para cozinhar, uns pratos, uns copos e uns talheres para comer, duas mesas, cadeiras e duas camas com colchões, onde ela e a irmã poderão dormir.

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Recorde-se que a mansão de 14 assoalhadas do casal Rendeiro na Quinta Patino – situada no mesmo condomínio em Cascais onde Maria de Jesus Rendeiro, que estava em prisão domiciliária quando foi agora surpreendida pela PJ – já tinha sido oficialmente apreendida em 2012, no âmbito da investigação ao rombo no BPP pelo juiz Carlos Alexandre, do TCIC, tendo este organismo, contudo, permitido que o casal e as três cadelinhas ali continuassem a residir.

João Rendeiro Foto: arquivo
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Só que em novembro último, depois de o marido ter fugido à ordem de prisão e depois de Maria de Jesus ter sido detida, acusada de descaminho de obras de arte e falsificação de quadros de que era a fiel depositária, no âmbito do processo de investigação policial "D’Arte Asas", e depois obrigada a permanecer em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, a socialite decidiu ficar a residir com a irmã no apartamento de 1,3 milhões de euros que o motorista Florêncio Almeida Júnior comprou em nome próprio, mas com o objetivo da patroa o poder usar , como ficou aliás ficou logo lavrado em escritura pública.

Agora, os múltiplos bens agora apreendidos ao casal deverão ser vendidos em hasta pública e o valor apurado reverterá a favor dos lesados do Banco Privado Português (BPP), que se cifram na ordem dos milhares. Tal destino acontecerá também à luxuosa mansão com piscina, situada em dois lotes da Quinta Patiño, avaliada em mais de cinco milhões de euros, que os investigadores descobriram estar registada em nome da 'offshore' 'Cordes Group Limited', empresa que 'curiosamente' terá passado a João Rendeiro uma procuração com plenos poderes para gerir a propriedade, nomeadamente aliená-la.

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PATRÃO FORA...

Tudo isto acontece numa altura em que João Rendeiro está detido na África do Sul desde 11 de dezembro. Depois de três meses fugido à Justiça portuguesa, pela qual foi condenado em três processos diferentes - um deles já transitado em julgado - relacionados com a queda do BPP, o ex-banqueiro resiste às más condições do inferno da penitenciária de Westville, em Durban, só para evitar ser extraditado para Portugal, onde terá de cumprir 16 anos por três penas acumuladas de prisão, pelos crimes financeiros que cometeu quando estava à frente do BPP, lesando os seus antigos clientes em centenas de milhões de euros.

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