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Sozinha com as filhas. Mãe das gémeas luso-brasileiras revela divórcio e conta como está a refazer a vida pessoal para voltar a sentir-se mulher

Em entrevista à TV Guia, Daniela Martins – a mãe das gémeas luso-brasileiras que receberam o medicamento mais caro do mundo pelo SNS, falou sobre o último ano desafiante que viveu. Depois de ver a sua vida escrutinada em praça pública, começou a reerguer-se e diz que retirou do processo uma grande lição, apenas preocupar-se com o que verdadeiramente importa. Hoje a viver no Brasil, conta como está a sua vida e a das filhas, de 6 anos.
Por Rute Lourenço | 15 de janeiro de 2025 às 20:51
Daniela Martins Foto: Instagram

O caso ainda não acabou. Mais de um ano depois de ter explodido a polémica em torno da administração do medicamento mais caro do mundo às gémeas luso-brasileiras Lorena e Maitê, que sofrem de Atrofia Muscular Espinhal, o assunto continua a ser debatido na Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar se houve ou não intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa na decisão dos médicos.

A mãe das meninas, Daniela Martins, tem assistido à distância a toda a polémica, ao mesmo tempo que dedica a sua vida às filhas, que requerem cuidados especiais. Entre a tempestade mediática, o turbilhão de emoções que viveu e todas as polémicas relacionadas com o processo, a empresária luso-brasileira decidiu quebrar o silêncio sobre o caso que mudou a sua vida do dia para noite, admitindo estar ainda muito magoada com a onda de ódio de que foi vítima.

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Daniela Martins Foto: Medialivre
Daniela Martins Foto: Medialivre
Daniela Martins Foto: Medialivre
Daniela Martins Foto: Instagram
Daniela Martins e Samir Assad Filho Foto: Instagram
Daniela Martins Foto: Instagram
Daniela Martins e Samir Assad Filho Foto: Instagram

"Este último ano foi extremamente desafiador e doloroso para mim. Ter duas crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME) já é muita coisa e ainda teve toda essa confusão mediática. Falar sobre isso ainda dói muito, até mesmo porque ainda não acabou e as cicatrizes serão eternas para nós", explicou à TV Guia, onde se mostrou magoada com a onda de ódio que recebeu por causa do caso.

Reiterando que nada fez de ilegal, que já era cidadã portuguesa muito antes de as filhas terem recebido o medicamento, que não passou à frente de ninguém e que, mesmo que quisesse, o Zolgensma não poderia ter sido aquirido por via privada, Daniela admite que a história que ainda hoje é veiculada é bem diferente.

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"Por mais que já esteja provado que as minhas filhas são portuguesas legítimas e que tudo foi feito dentro do prazo e legal, que nunca passaram à frente de nenhuma outra criança, que nunca tiveram qualquer privilégio nos produtos de apoio, que não estávamos a fazer turismo de saúde, até porque já era empresária em Portugal mesmo antes de ser mãe das meninas, essa foi a narrativa mentirosa que o povo português assimilou e não tenho muito o que fazer para mudar isso. Para nós, essa história não é uma notícia bombástica, é a vida da nossa família."

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A distância e o tempo que passa vão trazendo algum conforto, mas não cura todas as mágoas. Hoje, Daniela arrendou a casa onde vivia com as meninas em Portugal e deixou para trás um passado de memórias agridoces. Pelo nosso País, a empresária acabaria por ver ruir o casamento com o pai das gémeas, Samir Assad, embora garanta que os dois continuam unidos em prol das filhas. 

Daniela Martins e Samir Assad Filho Foto: Instagram

"Eu e o pai das meninas decidimos separar-nos ainda quando estávamos em Portugal, mas mantemos uma boa relação e colaboramos para que de alguma forma as meninas recebam o melhor de nós dois", disse à TV Guia.

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Com a separação, Daniela teve ainda mais de colocar mãos à obra. Se ser mãe solteira já acarreta muitos desafios, ser mãe de duas meninas que requerem cuidados especiais 24h/7 é ainda mais complicado. No entanto, agora que Lorena e Maitê estão mais crescidas, que todas as rotinas já estão estabelecidas e que tem um maior apoio familiar, no Brasil, a empresária revela que começou a dedicar algum tempo à sua vida.

Ainda que voltar ao trabalho a tempo inteiro esteja totalmente fora de questão, Daniela começou a tirar um curso de fisioterapia respiratória, no Brasil, de forma a conseguir ser mais útil nos cuidados de saúde das filhas, que a cada dia que passa superam dificuldades e mostram uma resiliência sem limites.

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"Percebo sempre evolução na força dos braços, tronco, cabeça, estão também a falar melhor. São meninas muito esforçadas e colaborativas nas terapias. Iniciaram também uma psicóloga, pois agora que estão mais crescidas questionam mais sobre as limitações físicas e eu nem sempre sei o que é melhor responder, é uma linha ténue entre elas perceberem a realidade de hoje, mas terem motivação e fé de que vão sempre estar a melhorar", contou, acrescentando que encara o facto de ter duas filhas com necessidades especiais pensando no facto de as gémeas se terem sempre uma à outra, no amor e empatia que partilham. 

"Prefiro acreditar que tudo nos acontece por um propósito maior, mesmo que às vezes pareça injusto, principalmente para elas. O que posso dizer é que, por tudo o que já passámos, me sinto mais forte e resiliente. Além do mais, o facto de serem duas, prefiro encarar como uma oportunidade de se terem uma à outra, de terem um 'espelho', a amizade e o amor entre elas são contagiantes."

É no amor pelas filhas que Daniela vai buscar forças para encarar os muitos desafios que tem diariamente pela frente e para, aos poucos, retomar as rédeas da sua vida, que desde há seis anos tem sido um turbilhão de emoções, entre o diagnóstico, a busca das melhores terapias e medicações e o processo que teve de enfrentar em Portugal. Depois de um ano difícil, a empresária começa a reerguer a sua vida e diz que tudo o que viveu teve o condão de fazer com que se focasse apenas no que interessa.

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"As meninas dormem cedo, por volta das 21h, e é nesse momento que procuro lembrar-me de algo muito importante: para além de mãe e cuidadora, sou também uma mulher que precisa de cuidar de si mesma. Nessas horas livres, consigo estudar, jogar volei, receber ou encontrar amigos. Aos poucos, estou a reequilibrar a minha vida."

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