
Desde agosto de 1973 que Maiorca tem um significado especial para a família real. Esse mês marcou a primeira ocasião em que Juan Carlos e Sofia, então príncipes de Espanha, passaram um verão no palácio de Marivent, que lhes foi atribuído pelo general Francisco Franco, ditador do país vizinho, e se converteu na residência oficial estiva dos Bourbon, sendo que também é utilizada noutras alturas do ano.
O local, refira-se, não é propriedade da família real, o que até leva a considerável desconforto de secções do povo espanhol sobre a utilização exclusiva de um local que deveria ser de utilidade pública por parte de membros da realeza, algo que até já gerou pedidos de esclarecimento de índole política.
Para a agora rainha emérita Sofia, Maiorca configura-se como um amor que não irá desvanecer. É um local que lhe recorda a sua Grécia natal e que tem feito de tudo para salvaguardar enquanto reduto de férias. Do lado oposto da barricada neste tópico encontra-se a rainha Letizia, de 50 anos, a quem a tradição anual de cumprir a Missa da Páscoa em Maiorca sempre desagradou. Houve inclusivamente uma ocasião na qual Letizia confessou que, para si, o período em Maiorca não representava a tranquilidade e paz ao qual Juan Carlos, Sofia e Felipe VI associavam a ilha. Corria o ano de 2010, quando questionada por uma jornalista do 'El Mundo' em relação à sua presença, afirmou energicamente: "Vocês pensam que isto são férias?"
DESENTENDIMENTO À VISTA DE TODOS
Maiorca também foi o palco do desentendimento que colocou a nu a rotura definitiva entre a rainha Letizia e a sogra. Se já na altura do noivado dos atuais reis espanhóis, Sofia mostrava-se preocupada por não ver com bons olhos Letizia Ortiz como nora, a desintegração da relação entre as duas tornou-se clara em 2018, precisamente na maior das Ilhas Baleares.
Nesse ano, Letizia protagonizou um insólito desaguisado com a sogra no dia da Missa de Páscoa. A mulher de Juan Carlos estava a posar para uma fotografia com as netas Leonor e Sofia, quando Letizia se colocou à frente das objetivas para a impedir, num momento que foi captado pelas câmaras no local e posteriormente partilhado na Internet, onde espoletou um extenso debate sobre o que efetivamente se estaria a passar na realeza espanhola.
Por esta altura, sublinhe-se, já tinham cessado as fotografias oficiais com a família alargada: desde 2014, que apenas Felipe, Letizia, e as suas filhas, Leonor e Sofia, surgem nestes registos do seio da realeza. Contudo, desengane-se quem pense que este período turbulento tenha ditado um ponto final nas reuniões de família, por muito que Letizia torcesse o nariz.
Em 2022, por exemplo, todos estiveram juntos num pequeno-almoço em Palma de Maiorca – até Letizia – num momento que incluiu ainda as infantas Cristina e Elena, que já se encontravam em território insular, tal como Sofia, aquando da chegada dos reis. Aí, cresceu a especulação sobre até que ponto teria sido remendada a integridade do lote de membros da família real espanhol.
A CURTA VIAGEM DE FELIPE E A AUSÊNCIA NESTE ANO
Viajemos agora no tempo até… ao presente. No passado fim de semana, mais polémica acabou por ser gerada por aquela que foi uma curta viagem de Felipe VI a Maiorca. Lá, esteve com a sua mãe, a rainha emérita Sofia, e a sua tia Irene e jantou com amigos num restaurante italiano, segundo referiu a ‘Lecturas’.
Esta decisão tem um significado importante, dado que a ausência de Letizia desta deslocação não ajudou a refutar a tese de que subsistem tensões no casamento dos reis de Espanha. Até porque esta foi a terceira viagem feita pelo monarca neste ano sem a companhia da mulher.
Ainda que nada tenha sido confirmado oficialmente, a 'Vanitatis' avança que Felipe e Letizia não vão estar na Missa de Páscoa neste ano, potencialmente rompendo de vez com esta tradição. Em 2020 e 2021, os anos em que a ausência deste evento se tornou numa novidade, as condicionantes da pandemia justificaram a decisão do casal. Contudo, no ano passado, o par também não cumpriu o ritual, alegando que o esforço financeiro de movimentar a família real, os vários funcionários do palácio e a equipa de segurança para território maiorquino se afigurava demasiado alto para que a deslocação fosse justificável. Este ano a ausência de Felipe e Letizia irá repetir-se, sem nada nas suas agendas que o explique, significando que, sem ser conhecida a existência de outras motivações subjacentes a esta decisão, se pode afirmar que Letizia conseguiu que a realidade tenha mesmo ido de encontro ao seu objetivo de enterrar de vez uma tradição que a desagradava profundamente.Dúvidas restam sobre se a rainha emérita Sofia decidirá, por sua vez, assistir ou não à cerimónia religiosa, ela que também faltou no ano passado à Missa de Páscoa em Maiorca, contrariando as expectativas existentes.
Contudo, no ano passado, o par também não cumpriu o ritual, alegando que o esforço financeiro de movimentar a família real, os vários funcionários do palácio e a equipa de segurança para território maiorquino se afigurava demasiado alto para que a deslocação fosse justificável.