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THE MAG - Casas Reais

A verdadeira cruz de Letizia: o peso de uma coroa conquistada com sangue suor e lágrimas

Felipe VI descende de uma família que há cinco séculos convive com tronos e poder. O seu destino estava traçado desde o dia em que nasceu e, por isso, assume naturalmente a função que lhe coube. O mesmo não se passa com a mulher, que vem de uma família de classe média, mais republicana do que monarca, que lutou para alcançar um certo sucesso profissional e a sua independência financeira e que jamais se imaginou no papel de rainha de Espanha. Tem sido árduo o caminho. O escrutínio é permanente e apertado. Nada lhe é desculpado e as críticas são ferozes. Mas nada a faz abater. Está empenhada e deixar o seu nome escrito na História do país.
Ana Cristina Esteveira
Ana Cristina Esteveira
07 de julho de 2022 às 23:37
Letizia
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Letizia Ortiz Rocasolano teve imediata consciência de que a sua vida iria mudar logo que aceitasse o pedido de casamento do príncipe das Astúrias, o homem que um dia herdaria o trono de Espanha.  Um homem que estava tão apaixonado que não hesitou em colocar os pais, Juan Carlos e Sofia, contra a parede quando eles quiseram impedir a união: ou ela ou o trono. Não vacilou e escolheu a namorada. Os reis recuaram e não tiveram alternativa. Viram-se obrigados a aceitar no seio da família real uma plebeia, de origens humildes, divorciada e de personalidade vincada. Demasiado vincada para o gosto deles.

Ciente da oposição dos sogros, a antiga jornalista da TVE percebeu que a sua vida no palácio da Zarzuela não iria ser nada fácil. Ainda assim, estava muito longe de imaginar o que a esperava. O quanto o seu caminho iria ser um calvário. Cheio de armadilhas, traições, dificuldades e solidão. Tudo aquilo que o futuro marido aprendeu desde o berço, ela teria de aprender em poucos meses. Só que ninguém se prontificou a ensiná-la. A sogra ainda lhe deu algumas luzes, mas a relação das duas mulheres, que não era boa, dificultava que os ensinamentos de etiqueta e protocolo progredissem. Foi, por isso, abandonada à sua sorte, já que Felipe tinha compromissos e não podia estar sempre com ela. Foi observando tudo e assimilando. Ainda hoje, as falhas que vai cometendo e que deixam o marido envergonhado e de cabeça perdida, se devem a uma formação pouco consistente.

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A festa da coroação de Felipe e Letizia

Embora continue a aprender, Letizia tem um traço de personalidade que acaba por provocar muitas situações embaraçosas. A teimosia e a mania de fazer como acha mais correto, acabam por dar razões aos mais críticos, que não lhe perdoam o mais pequeno deslize. Mas nem esta pressão, a que está permanentemente sujeita, a fazem mudar. A mulher de Felipe tem-se revelado resiliente, interventiva, espontânea, impaciente, hiperativa e determinada. Uma marca que insiste em manter e, pior, exibir orgulhosamente. Contra tudo e contra todos.  Digam os críticos o que disserem. Ainda assim, este duelo de forças deixa-a tensa, angustiada e pouco empática. Aparenta estar em alerta permanente. Como que à espera que alguém a critique por colocar mal o pé ou por algo que diga e não deveria dizer.

RAINHA ESTÁ SUJEITA A JULGAMENTO PERMANENTE 

Felipe VI não está, nem de longe nem de perto, sujeito a este escrutínio. O rei tem, de facto, a vida muito mais facilitada e, por isso, nem sempre entende a pressão a que a mulher está sujeita. Como tudo o que tem é um dado adquirido e foi-lhe dado de mão beija por ter nascido onde nasceu, não entende que Letizia tenha de lutar a pulso pelas mais pequenas conquistas que vai conseguindo no seu papel de rainha. Além disso, o próprio feitio de Felipe também lhe facilita grandemente as coisa e faz com que viva tudo isto com uma maior descontração. O monarca espanhol é moderado, calmo, pouco dado à impulsividade. Isto, só por si, é essencial para ocupar o seu papel com toda a dignidade e respeito.

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Letizia e Felipe de visita em Rioja

Contudo, a rainha considera que a disparidade, tanto de origens como de personalidades, é um complemento, em vez de ser algo que os separe e afaste. É da opinião que é até uma mais-valia para as funções que ocupam. E um 'plus' para a forma como educam as duas filhas, a princesa Leonor e a infanta Sofia. Porém, e apesar das garantias dadas pela rainha, sabe-se que é ela quem mais assume o papel de educadora. Ela é a mais rigorosa. A que mais exige das duas adolescentes, especialmente quando o assunto é formação e monarquia. Não quer que as filhas vivam o que ela tem vivido desde o dia em que entrou para o Palácio da Zarzuela. Luta para que sejam respeitadas e acarinhadas pelos súbditos e que ninguém as olhe de lado como tantas vezes olham para si.

"SERVIR ESPANHA"

Aos 31 anos, quando entrou para a família real, Letizia deixava para trás uma outra vida. Muitas experiências e vivências. Algo que está impedido tanto a Leonor e a Sofia, que nasceram com "sangue azul". Com uma certa mágoa reconhece que as filhas nunca serão tão livres quanto ela foi no passado. Não há nada pior para a mulher de Felipe VI do que ter deixado de ser anónima. O seu rosto é conhecido no mundo inteiro e mesmo quando sai de Espanha é reconhecida. Gosta do estatuto, mas não suporta o facto de ser permanentemente questionada, observada e, pior de tudo, julgada. Por outro lado, também ao contrário do que aconteceu consigo, faz questão que as suas filhas tenham "um livro de instruções" de como se comportar em público ao nível dos seus títulos. Faz de tudo para que nenhuma das duas envergonhe a instituição. Quer que sigam a tradição, mas que sejam também símbolos de modernidade da monarquia. E que se deixem guiar pelo ideal maior da Coroa: "Servir Espanha".

SUOR, SANGUE E LÁGRIMAS

Todos estes anos de casamento têm-se traduzido em muito trabalho para Letizia. Ela tem-se empenhado em criar uma imagem de estabilidade e transparência da monarquia. Sendo esta a sua maior obsessão não hesitou em romper com todos os laços familiares que ligavam Zarzuela ao sogro [Juan Carlos foi acusado de fraude financeira e corrupção] e à infanta Cristina e ao seu ainda marido, Iñaki Urgandarín [que esteve preso]. Também tem apostado em representar dignamente o país no exterior e recuperar o prestígio da Coroa espanhola. Devolver princípios éticos à instituição. Esta tem sido a tarefa que a ex-jornalista chamou a si. E tem atuado sem um guião, sem rede… apenas movida pela vontade e pela sua aguçada intuição. Além da inteligência que lhe é reconhecida.

Letizia tem conseguido ultrapassar as funções destinadas a uma rainha consorte. Sabe-se da sua influência sobre Felipe. Da visibilidade que tem conseguido atrair dentro e fora da monarquia, dentro e fora do país. Ela é uma peça fundamental da instituição. O "braço direito" do rei. Longe do papel apagado que a sogra teve quando Juan Carlos ocupava o trono. Ainda assim, os seus detratores continuam a criticá-la forte e feito devido às suas supostas ingerências na regência do marido. Críticas essas que acabam por minar a popularidade da rainha. Ela (ainda) não conseguiu romper com rede de preconceito que a separa da aceitação total. Mas pela sua persistência, que ninguém duvide que lá chegará.

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