
Uma ex-mulher que fugiu, duas filhas que tentaram escapar dos seus palácios e também testemunhos de homens que selecionavam e levavam mulheres para uma mansão no Reino Unido. O emir do Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos é acusado de mais histórias obscuras.
Antigos funcionários do xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum no Reino Unido relataram que os serviços que prestaram ao homem mais poderoso do Dubai incluía de alguma forma levar mulheres, prostitutas experientes ou jovens estudantes, a uma das mansões do xeque, sempre que ele se deslocava àquele país. É o caso da propriedade do emir do Dubai conhecida como Longcross, a 48 quilómetros de Londres. A mansão de 75 milhões de libras (87 milhões de euros) parece guardar histórias de mulheres que foram mantidas em cativeiro, outras violadas sexualmente e outras que saíram de mãos com envelopes cheios de dinheiro. Nenhum desses exemplos chegou a documentos oficiais por serem assuntos resolvidos "de governo para governo", segundo um antigo detetive.
É o caso da propriedade do emir do Dubai conhecida como Longcross, a 48 quilómetros de Londres. A mansão de 75 milhões de libras (87 milhões de euros) parece guardar histórias de mulheres que foram mantidas em cativeiro, outras violadas sexualmente e outras que saíram de mãos com envelopes cheios de dinheiro. Nenhum desses exemplos chegou a documentos oficiais por serem assuntos resolvidos "de governo para governo", segundo um antigo detetive.
Foi desta mesma mansão que Shamsa, uma das filhas do emir, conseguiu escapar em 2002, ficando cerca de seis meses longe dos radares do pai até ser apanhada numa emboscada em Cambridge e desaparecer dos olhares do público. A fuga de Shamsa motivou outra filha do emir, a princesa Latifa, a tentar fazer o mesmo anos depois, tendo sido apanhada junto à costa da Índia. Os alegados maus-tratos das duas irmãs também terá sido uma das motivações para a princesa Haya, a sexta mulher do emir, a fugir do Dubai com os dois filhos, crianças, e dar início a um dos divórcios mais mediáticos dos últimos anos. Haya conseguiu o divórcio e a custódia total dos filhos.
Mas enquanto se fala das polémicas familiares do xeque Mohammed, comportamentos do governante levantam suspeitas no Reino Unido. De acordo com a ‘New Yorker’, o inspetor chefe de detetives Colin Sutton foi impedido de dar seguimento a uma investigação de crime sexual em 2001. Uma mulher de 20 anos relatou às autoridades que foi levada para a propriedade do xeque em Longcross, onde foi mantida em cativeiro e violada sexualmente várias vezes por um membro da família real do Dubai.
Naquele ano, o xeque Mohammed vivia à sombra do irmão mais velho, Maktoum, então emir do Dubai. Só cinco anos mais tarde é que o homem sucedeu ao irmão no poder.
Colin Sutton recebeu instruções para enterrar o caso, que tinha sido tratado "de governo para governo". "Tínhamos esta mulher que finalmente foi libertada após dias a ser submetida a todo tipo de abusos nesta casa, e apenas disseram: ‘Não se preocupe, ela foi paga pelo seu tempo, e o desporto favorito de Sua Majestade continuará neste país’", relatou o detetive à ‘New Yorker’.
O xeque Mohammed foi considerado um dos líderes mais próximos da rainha Isabel II por partilhar o amor aos cavalos e aos desportos equestres. Foi precisamente esta paixão que levou o homem a ser várias vezes fotografado com a agora ex-mulher, a princesa Haya, e Isabel II, no evento Royal Ascot.
REVELAÇÕES DE EX-FUNCIONÁRIOS
Djuro Sinobad e Godwin Nimrod são dois antigos motoristas da família real do Dubai no Reino Unidos. Os dois homens começaram por recordar como "o xeque Mo" era "simpático" e sempre "cumprimentava" os funcionários quando passava por eles. Mas era "tudo para encobrir a parte má da personagem". "Eles não são bons, especialmente com as mulheres e as raparigas [...] É difícil vê-las a chorar no banco de trás do carro", disse Sinobad, que trabalhou para a família por 17 anos, até ao final de 2020.
O antigo motorista recordou que uma das mulheres que foi levada a outra propriedade do xeque, Dalham Gall, fugiu sem roupa e foi perseguida por um membro da comitiva do governante pelo jardim, tendo sido agredida com um pau. Ao regressar a Londres, a mulher "estava em choque", "tinha marcas nas costas", onde tinha sido agredida.
Em outra ocasião, este mesmo motorista disse que levou um grupo de mulheres à Torre Carlton de manhã. Ao desembarcarem, uma jovem manteve-se no banco de trás do carro. "Ela estava a tremer, como alguém que chora mas não chora alto", afirmou. "Como um cão."
Outro motorista, Trevor Holtby, comentou que "algumas das mulheres não gostavam do que tinham de fazer", embora não soubesse exatamente o que se passava dentro das propriedades do patrão.
m segurança, que não se identificou, contou que viajava com a comitiva do emir e onde quer que o grupo ficasse hospedado mulheres eram levadas para a suíte do hotel onde o governante estava isolado, quase todas as noites.
Godwin Nimrod só quis falar como "os envelopes eram gordos". "Quando elas estavam no banco de trás do carro, dava para ouvi-las a folhear as notas".
O emir também parece gostar de viver rodeado de mulheres no palácio no Dubai. Uma fonte próxima da família real disse ter visto o xeque Mohammed nos seus aposentos privados no Palácio Zabeel, reclinado com cerca de vinte mulheres jovens.
Os advogados do Xeque Mohammed negam que ele tenha explorado trabalhadoras do sexo. FORTUNA NO REINO UNIDO
O emir do Dubai, de 74 anos, é amplamente conhecido por ter vários investimentos no Reino Unido, com uma fortuna calculada em mais de 4 mil milhões de euros, embora este valor nunca tenha sido confirmado. O governante já deve ter investido 697 milhões de euros nas corridas de cavalos, segundo o ‘The Sun’, e também tem vastos investimentos imobiliários.
Como um dos maiores proprietários no país, o xeque Mohammed é dono da mansão Longcross, de 87 milhões de euros (no câmbio atual); de Dalham Hall, de 52 milhões de euros; de duas casas nas zonas mais caras de Londres, em Eaton Square, que deve ter comprado por 20 milhões de euros; e do impressionante imóvel de seis andares em Knightsbridge, que custou 71,4 milhões de euros.