
Entre o brilho das luzes reais e o sorriso que sempre se esforçou por manter perante os holofotes mediáticos, a rainha Sofia foi muitas vezes capaz de esconder um lado mais sombrio que, pelas vicissitudes da vida, a levou a mergulhar, durante largos períodos, num estado depressivo que, de acordo com a imprensa espanhola, agora se tem agravado, perante as notícias que abalam a sua vida.
A principal prende-se com o declínio da irmã, Irene da Grécia, que sofre de Alzheimer. A doença tem progredido ao ponto de já ter conseguido 'roubar' a Sofia a sua grande confidente e parceria de vida, com a irmã a sofrer com perdas de memória, não reconhecendo já, na maior parte das vezes, os seus entes queridos.
À parte disso, as notícias acerca do marido também não lhe dão descanso com o passado como que a persegui-la. Durante toda a vida, a rainha emérita sofreu com um casamento de fachada. Se era ela que aparecia nas fotografias oficiais ao lado de Juan Carlos, nos bastidores a vida era bem diferente. O rei sempre teve amantes e nem sequer é daquelas situações em que o monarca se podia desculpar como sendo vítima de rumores e especulações. Há dados concretos que o comprovam e testemunhos de diversas amantes que, volta e meia, vêm a público detalhar retalhos da vida íntima com o pai de Felipe VI, numa derradeira humilhação para a rainha Sofia, que não consegue encontrar nem paz nem um final feliz para essa história.
Apesar de há muito não viver com Juan Carlos, que permanece em exílio devido aos escândalos fiscais e de corrupção, frequentemente a rainha Sofia é confrontada com as traições expostas em público que, apesar de, no seu íntimo conhecer, sempre tentou abafar em prol da estabilidade da coroa e de um casamento, que há muito se sabia de fachada.
Na última semana, Bárbara Rey, amante do rei emérito nos anos 90, voltou a abalar a estabilidade débil da Coroa ao fazer revelações sobre a sua vida ao lado de Juan Carlos. Disse saber "muitas coisas" sobre o rei que, admite, não se portou da melhor forma consigo.
"Ele estava mais apaixonado por mim do que eu por ele. Mas não acho que apaixonar-se seja o seu ponto forte", começa por escrever. "Comigo, ele não foi o que eu esperava de um homem, mas não gosto de magoar ninguém, muito menos ele. Acho que ele fez muitas coisas boas por este país. O facto de ele não se ter comportado bem comigo não diminui o seu mérito em outras coisas".
O FANTASMA DE CORINNA LARSEN
Barbara Rey é uma das amantes mais famosas do rei, mas disputa protagonismo com Corinna Larsen, que se tornou numa das mais mediáticas devido ao polémico affair que, além de romance, envolve também muitos milhões, nomeadamente os 65 milhões de euros que Juan Carlos lhe terá pedido para guardar como forma de fugir aos impostos.
De acordo os especialistas em realeza do país vizinho, a história conta-se da seguinte maneira. Perante o impasse de ter de tributar uma enorme quantidade de dinheiro, Juan Carlos terá pedido à sua então mulher de confiança: "Guarda-o, que temos de resolver um problema fiscal e quando tudo estiver ok devolves-me o dinheiro", terá pedido.
Os milhões foram então depositados num banco da Suíça, mas agora há muito que foram levantados. Terão sido divididos entre três paraísos fiscais, sendo que Corinna lava as mãos sobre esse dinheiro, até porque, para justificar a transferência, este montante lhe terá sido entregue como se fosse uma doação do rei.
Juan Carlos e Corinna Larsen conheceram-se em 2004, numa festa dada na propriedade do duque de Westminster e há quem diga que a paixão foi fulminante e que o rei terá ficado obcecado com a alemã. Começariam então um affair, primeiro escondido, e depois à vista de todos. O rei não só ligava várias vezes a Corinna, lhe enviava flores e presentes caros como lhe estendia a passadeira vermelha do Palácio Zarzuela, ao ponto de, a dado momento, a amante ter como que o mesmo estatuto do que a rainha Sofia, a que daria início a uma crise matrimonial sem precedentes.
"Tornou-se mais uma na família e seguia os mesmos protocolos do que a rainha Sofia. Participava nas festas no jardim, estava ali com os amigos do casal. Juan Carlos ofereceu uma moto ao filho de Corinna e ele já o tratava por papá", já explicou a especialista em realeza espanhola Pilar Eyre, enquanto recentemente a alemã admitiu mesmo que Juan Carlos a pediu em casamento.
Corinna foi, durante anos, a inimiga número 1 da rainha Sofia, que teve de conviver com a alemã dentro da própria casa e sem nada poder fazer para proteger a casa real, que definhava a olhos vistos. Hoje, fragmentos do passado continuam a atormentá-la num dos momentos mais duros da sua vida, aso 86 anos.