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Miséria e violência: a dura infância da princesa Charléne que lhe marcou a vida para sempre

Nascida no seio de uma família humilde, a personalidade da mulher de Alberto do Mónaco foi moldada por tudo o que viveu em tenra idade. Comportamentos atuais – como o seu desapego – podem ser uma triste consequência do seu passado e até os seus gastos milionários serão reflexo das privações pelas quais passou na meninice. Enquanto isso, o príncipe aguenta todos os caprichos e mudanças de humor da sul-africana.
Ana Cristina Esteveira
Ana Cristina Esteveira
24 de outubro de 2024 às 22:12
Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco
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Charlene do Mónaco
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Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco
Charlene do Mónaco

Quando hoje se olha para Charléne Wittstock vê-se uma mulher elegante, sofisticada, reservada e um tanto misteriosa. Mas sobretudo, vê-se uma mulher triste. Muito triste! Todos dizem que é uma tristeza que lhe vem de "dentro". Da alma. Desde 2011, ano em que casou – supostamente contrariada – com Alberto do Mónaco que essa angústia e melancolia se apoderou dela. Mas será que é mesmo assim? Será que é a infelicidade que supostamente viverá ao lado do filho de Grace Kelly e Rainier que lhe tolda o olhar de amargura? Ou serão as duras saudades da sua terra natal e das suas gentes? Ou será ainda que é o facto não ser aceite pelos Grimaldi? Ou terá isso a ver com a dificuldade de não se adaptar ao principado e à Europa?

São tantas as possibilidades que podem ter provocado esta tristeza intrínseca. Uma amargura que está colada a ela como se fosse a sua própria pele. Contudo, há uma questão que nos transporta lá para trás, para a sua infância. Quem nos diz que Charléne não estará a lutar contra os muitos fantasmas do seu passado? É verdade, a princesa monegasca não nasceu num berço de ouro, como tantas outras cabeças coroadas da Europa. A mulher de Alberto tem os dias de meninice marcados pela violência, pelas dificuldades e por muitas privações.

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As imagens do romance de Charlene e Alberto do Mónaco

DAS DIFICULDADES À COROA 

Marcas que lhe moldaram certamente a personalidade e que traçaram o percurso de vida.  Não seremos todos reflexo do que vivemos na infância e na adolescência? A antiga atleta sul-africana não será, garantidamente, uma exceção. Mas de que falamos nós? De uma infância que não foi tão cor-de-rosa como seria suposto a alguém que hoje usa a coroa de um dos países mais glamourosos entre as monarquias europeias e leva uma vida de fausto.

Olhando para as raízes da princesa monegasca descobre-se miséria, muitos sacrifícios, sofrimento e antepassados que lutaram muito. Nas minas de exploração de diamantes. Vidas árduas e muito sacrificadas. Quando nasceu em 1978, em Bulawayo, no Zimbabué [a antiga Rodésia do Sul], Charléne já não tinha mineiros entre os seus mais próximos, mas os pais continuavam a ser uma família humilde e trabalhadora. Família essa que viveu a guerra da independência do Zimbabué. Um conflito armado que marcou os primeiros anos de vida da agora princesa. De tal forma que quando os Wittstock se mudaram para a África do Sul não conseguiram apagar das suas mentes as imagens sangrentas da guerrilha interna. Ainda hoje essas imagens continuam vivas e presentes.

AS IMAGENS SANGRENTAS DA GUERRA

Por serem pobres, Michael e Lynette, pais de Charléne, não conseguiam dar aos filhos uma vida protegida do que se passava nas ruas. "Quando Charléne nasceu, a Rodésia estava imersa na sangrenta e feroz Guerra da Libertação e não se conseguiu tornar independente até 1989", explica Arlene Prinsloo na biografia 'Charléne: Em Busca de uma Princesa’. "A violência não terminou com a independência e ela recorda a sua infância como despreocupada, mas também cheia de medo."

Para além da guerra, a família passou por várias agruras ao longo dos anos que viveram no atual Zimbabué. Dos maiores dramas vividos pelos Wittstock está um incêndio que os fez perder a sua quinta. Debateram-se também com sérias dificuldades financeiras e tiveram até que chorar a morte de uma prima de Charléne, ainda criança. Tudo isto levou-os a tomar uma difícil, mas necessária decisão. Deixar Bulawayo para trás, onde sempre viveram, e começar uma nova vida num outro país. Como refugiados de guerra.

A NOVA VIDA NA ÁFRICA DO SUL 

Instalaram-se numa pequena povoação perto de Joanesburgo. E é nessa altura que a mulher de Alberto do Mónaco começa a dar sinais como todos estes acontecimentos lhe moldaram a personalidade. Tornou-se uma jovem resiliente e com uma grande capacidade de resistir. "É uma rapariga dura", foi assim que um dos seus amigos mais próximos a definiu à revista ‘People’. Mas se este exílio trouxe alguma tranquilidade aos seus dias, tirou-lhe, por outro lado, todas as suas recordações dos tempos de menina. Ficou sem fotografias, livros, objetos que faziam parte da sua infância. Um espólio sem grande valor monetário, mas de grande importância sentimental. Desses tempos – em que foi confrontada com a morte e com a fome – Charléne ainda guarda a revolta de ver pessoas morrerem por falta de alimentos e de água: "Deitar comida para o lixo ou desperdiçar água é um sacrilégio", disse a princesa numa entrevista durante uma viagem à Índia.  

Foi ao baú das suas mais tristes recordações e contou: "Não tínhamos eletricidade porque não podíamos pagá-la. O meu pai tinha dois empregos e a minha mãe dava aulas de natação. Sei o que se sente quando temos de andar quilómetros debaixo de chuva para ir à escola", garantiu.

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O divertido vídeo de Alberto II e Charlene com a chama olímpica

A África do Sul só começou a ser uma boa escolha quando ao cabo de um bom par de anos a vida da família se começou a compor. À conta de muito trabalho, sacrifício e esforço por parte dos pais e dos três filhos do casal, Charléne incluída. Para fugir às dificuldades, a natação tornou-se o seu maior escape. Michael Wittstock não esquece a dedicação da filha: "Levantava-se todos os dias às 4.30h da manhã e ia para a piscina. Tinha apenas 15 anos, mas já era muito determinada e concentrada. Sabia o que queria e fez por isso. Contou sempre com o nosso apoio para alcançar os seus objetivos." Aos 17 anos, Charléne abandonou a escola e a família. Mudou-se para Durban. Foi a forma de conseguir fazer parte da equipa nacional e juvenil de natação da África do Sul. Esteve no Campeonato do Mundo, nos Jogos da Commonwealth e nos Jogos Olímpicos. E foi nestes últimos que conheceu aquele que na altura era conhecido como o solteiro mais cobiçado da Europa. O resto da história… já todos conhecemos!

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