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No final, o que conta são os milhares. Miguel Milhão arrasa mulheres mas angaria estrelas para a sua marca

Muito se falou sobre o 'cancelamento' da marca de suplementos fundada por Miguel Milhão, mas será que houve mesmo cancelamento? Saiba o que os números mostram, o que aconteceu às influenciadoras que se afastaram e quem é a nova coqueluche da marca
Amarílis Borges
Amarílis Borges
06 de abril de 2023 às 23:43
Jessica Athayde
Jessica Athayde
Jessica Athayde
Diana Monteiro
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Diana Monteiro
Marta Melro
Marta Melro
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Jessica Athayde
Jessica Athayde
Diana Monteiro
Diana Monteiro
Marta Melro
Marta Melro

Nove meses depois das polémicas declarações do empresário Miguel Milhão, fundador da Prozis, em que defendia a criminalização do aborto nos Estados Unidos, a empresa mostra agora que no último ano conseguiu ser uma das marcas mais mencionadas pelas influenciadoras em Portugal.

A conclusão é do relatório anual da Brinfer, o Top Brands, que revela o ranking das marcas mais mencionadas por influenciadores digitais num universo de mais de 24 milhões de conteúdos partilhados no Instagram, entre posts, stories e reels.

A marca de suplementos alimentares lidera na categoria Desporto. A Zara, Meo e Cristina Ferreira lideram nas categorias Moda, Telecomunicações e Personalidade. TVI (Media), Celeiro (Retalho Alimentar), Sephora (Beleza), Canon (Electrónica), BMW (Automóveis), Galp (Energia) e Rock in Rio (Festivais de Música) estão à frente nas outras sete categorias.

A 'The Mag' sabe que tanto as menções positivas quanto as negativas das influenciadoras sobre a Prozis contam para o estudo publicado na semana passada. Este é o terceiro ano consecutivo que a marca portuguesa está entre as mais mencionadas pelos influenciadores, a liderar na categoria de Desporto, pelo que não há diferença desde que a análise começou a ser publicada, em 2020, e o suposto 'cancelamento' da Prozis no ano passado.

Durante o período quente, na sequência das declarações de Miguel Milhão, o jornal 'Público' contabilizou que 11 influenciadoras declararam que estavam a desvincular-se da Prozis por não concordarem com as posições do seu fundador. Nomes como Rita Belinha, Diana Monteiro, Jessica Athayde, Marta Melro, Sofia Manuel, Sara Vicário e Tânia Argent chamaram a atenção na altura pela declaração de afastamento. E não voltaram a trabalhar para a marca.

Outros nomes como Joana Amaral Dias, Mia Rose, Carolina Patrocínio, Luciana Abreu, José Castelo Branco e António Raminhos mantiveram a parceria com a Prozis apesar da pressão dos seguidores a pedir, nos comentários do Instagram, que deixassem de ser embaixadores.

Joana Amaral Dias justificou na altura a sua decisão: "Eu não concordo com a posição de Miguel Milhão e acho que as pessoas têm o direito de se desvincular da marca, da mesma forma que o Miguel tem direito à opinião dele. Toda a gente tem espaço para isso", afirmou no 'Esta Manhã'.

Houve ainda figuras de peso do Instagram que preferiram manter a discrição durante o período mais polémico. Rita Pereira, por exemplo, tinha uma campanha em junho com a marca de suplementos alimentares, o mesmo mês em que tudo espoletou, e só voltou a fazer publicações em novembro.

A RENDENÇÃO DA MARCA

A 'The Mag' questionou a Prozis sobre o impacto do posicionamento das influenciadoras que se afastaram e sobre o número de novos colaboradores, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta. Contudo, já é público que a marca ganhou um nome forte do marketing digital esta semana: Cristina Ferreira, que, ao anunciar a novidade no Instagram, comentou que era "um sonho" receber os produtos.

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Cristina Ferreira revela 'sonho' de associar-se à marca polémica

Cristina Ferreira é uma das influenciadoras mais importantes de Portugal com quase 1,6 milhão de seguidores no Instagram, além de também ser a "marca" que lidera a categoria de Personalidade mais mencionada naquele mesmo relatório. A diretora de Entretenimento e Ficção da TVI tem assumido ainda nos últimos anos um forte posicionamento nas questões relativas ao respeito às mulheres.

"Não me calarei sempre que sinta um tema geral da sociedade e que agrida não só a mim mas às mulheres em geral. A impunidade sentida nos tempos que correm não me fazem vislumbrar um futuro risonho", escreveu Cristina Ferreira esta semana depois de ser criticada num artigo de opinião do jornalista Alexandre Pais sobre o seu corpo.

AS DECLARAÇÕES DA POLÉMICA 

Recorde-se que Miguel Milhão colocou os holofotes em cima da marca que fundou quando celebrou a reversão do caso Roe vs. Wade pelo Supremo Tribunal norte-americano, retirando assim o direito de as mulheres decidirem se querem ser mães. Mais tarde, o empresário classificou como "filhos da p**a", "canzoada" e "pulhecos de merda" quem criticou aquela declaração.

Mas não ficou por aí. Miguel Milhão foi mais longe nas declarações sobre as mulheres e o aborto. "Se eu tivesse uma filha que tivesse sido violada, tentava falar com ela e eu cuidava da criança sem problema nenhum. Não consigo sacrificar um inocente pelos crimes de um criminoso."

Quando viu a pressão mediática, Miguel respondeu que "a Prozis não precisa de Portugal". Dias depois, o empresário recuou e disse numa carta publicada no Jornal de Negócios que o seu objetivo era "fazer publicidade à Prozis", uma estratégia que "ninguém sabia".

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