
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos revogou a proteção do direito ao aborto que vigorava no país desde 1973. Cada Estado federal detém agora o poder de autorizar ou não o aborto, numa decisão que é vista como um enorme retrocesso nos direitos das mulheres e uma vitória da direita religiosa ultra conservadora.
Esta decisão tem causado forte polarização. Por cá, o normalmente discreto empresário Miguel Milhão, fundador da Prozis, usou as redes sociais para celebrar a decisão do Supremo norte-americano. "Parece que os bebés recém-nascidos têm os seus direitos de volta nos Estados Unidos. A Natureza está a curar-se", escreveu na sua conta de LinkedIn.
A publicação do empresário está a causar uma onda de choque e indignação. "E se na Prozis queres ser cá da malta, tens que levar a gravidez até ao fim, até ao fim! (pode ser o teu fim, mas o que interessa é defender os bebés não nascidos). Bem-estar das mulheres? Só para fazer parcerias, obrigado!", escreveu a influencer Ana Castro Sanches no Twitter.
"A Natureza não se está a curar Sr. Milhão. Somos nós as pessoas que achamos que mandar no corpo uns dos outros (e sobretudo das outras) é fixe e aceitável. Não é, simplesmente não é. Sugiro que encontre a cura da Natureza de outras formas, talvez com um suplemento de bom senso, que parece estar em défice nas últimas 24 horas", indignou-se ainda Sanches na sua página de instagram.
No Twitter, o tema tornou-se num dos mais comentados com muitas críticas a Miguel Milhão. "Passei só para desejar coragem às influencers com códigos de desconto Prozis. Vosso patrocínio, vossa escolha. Vocês é que sabem o que fazer a partir daqui", "Não podemos dizer que a Prozis tenha alguma vez escondido por que valores se rege, mas fica agora claro que, uma marca que usa mulheres para se promover, não lhes respeita o corpo e lhes reconhece os direitos" ou "Rita Belinha cortou relações de parcerias com a Prozis. Quem será o próximo?", são apenas alguns dos comentários.
"Vejo comentários positivos e negativos. Pena a maior parte dos comentários negativos terem como objetivo silenciar a minha opinião. Não me parece nem justo nem democrático […] Gosto de ver os direitos das crianças que ainda não nasceram a ser tido em conta", afirmou o empresário em declarações ao 'Notícias ao Minuto'.