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Vida adiada. O sonho de André Ventura que deixa a mulher a debater-se com dilema pessoal

O líder do Chega foi um dos grandes vencedores da noite eleitoral, em tempo de mudanças que marca um novo ciclo no seu percurso, com prejuízos para a vida pessoal, nomeadamente para a mulher, Dina Nunes, que se sacrifica por amor.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
19 de maio de 2025 às 20:20
Vida adiada. O sonho de André Ventura que deixa a mulher a debater-se com dilema pessoal
 André Ventura e Dina Ventura
 André Ventura e Dina Ventura
Dina e André Ventura
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André Ventura e Dina Ventura
 André Ventura e Dina Ventura
 André Ventura e Dina Ventura
Dina e André Ventura
André Ventura e Dina Ventura

Depois dos sustos de saúde vividos na última semana, André Ventura era a imagem da euforia na noite das Legislativas. Com 58 deputados eleitos, empatou, para já, o número conseguido pelo Partido Socialista, numa conquista sem precedentes que levou à demissão de Pedro Nuno Santos e, por outro lado, à galvanização do líder do Chega, que transbordava de orgulho na noite de todas as decisões, no último domingo, dia 18.

A seu lado, como sempre em momentos decisivos, estava a mulher, Dina Nunes, de sorriso rasgado depois da preocupação dos últimos dias. Num dia histórico, a fisioterapeuta fez questão de estar ao lado do marido, mas a verdade é que esta é uma imagem cada vez mais rara, uma vez que com a intensificação das políticas de Ventura, veio o outro lado da moeda e o presidente do Chega seja frequentemente alvo de ameaças.

Passou a andar em permanência com pelo menos dois seguranças e Dina, que inicialmente, era como que parceira de campanha de André Ventura, remeteu-se à sombra para não ver a sua vida pessoal prejudicada. Hoje, tirando os momentos de desfecho eleitoral, praticamente não a vemos, numa decisão ponderada em prol da segurança e estabilidade familiar.

"As pessoas naturalmente reconhecem-na, sabem quem ela é e respeitam a liberdade dela. Mas acredito que depois, fora do trabalho, haja outro tipo de mal-estar ou ameaças", revelou à Sábado 'Sandra Matias', amiga de Dina e mulher do político Manuel Matias, em setembro de 2020.

Inegavelmente, a vida como Dina a conhecia mudou. Se quando se casou com o político, este dava passos sólidos na carreira de advogado e, mais tarde se tornaria também comentador desportivo, a verdade é que os dois partilhavam um dia a dia normal, com Ventura a partilhar, nas redes sociais, registos das férias e de outros momentos familiares, inclusivamente com a coelha Acácia, que fazia parte do clã e que assinalava os preparativos para uma família que o casal pretendia iniciar.

Só que em 2019, André fundaria o Chega e, depois disso, nada mais foi igual. Hoje, aos 42 anos, admite que a política o obrigou a tomar decisões importantes e, ainda que o assunto não esteja completamente fechado, não se vê a ter filhos por não estarem reunidas as condições de segurança.

"Ainda não desisti de ter filhos, gostava de ter.  Mas vivo sempre com segurança, tenho sempre limitação nas deslocações que faço. Foi uma vida que eu escolhi, mas isso também me leva a pensar nas condições em que estou hoje, se tenho condições para dar aos meus filhos uma vida de segurança, que é o mínimo que eu lhes poderia querer dar e nós hoje temos de ter cuidados de segurança que eu não tinha há dez anos", explicou em conversa com Diana Chaves e João Baião no programa 'Casa Feliz', da SIC, numa decisão que impactaria diretamente os sonhos da mulher que, desta forma, se sacrifica por amor.

FAMÍLIA SACRIFICADA

Numa das entrevistas mais recentes, com Manuel Luís Goucha, André Ventura, de 42 anos, admitiria que a avalanche política acabaria por afastá-lo da família. Com a casa às costas e compromissos diários, o político ficou de lágrimas nos olhos ao recordar que quando os avós mais precisaram não esteve lá, tendo mesmo falhado o funeral de uma das pessoas mais importantes da sua vida.

"Tem-me afetado muito a dimensão pessoal e familiar e há coisas que me levam a pensar... Os meus dois avós maternos faleceram no ano passado e isso fez-me pensar muito na questão familiar. A minha avo esteve num lar e eu não a consegui visitar tantas vezes quanto gostaria, e senti-me culpado. Quando ela faleceu eu estava em campanha autárquica... Nos dois casos, eu não consegui ir ao funeral porque tinha responsabilidades políticas, e eu não consegui estar no funeral de duas pessoas que foram pilares na minha vida. O que me leva a pensar: 'Vale a pena construir família se não conseguimos estar ao lado da nossa?"

A questão de agenda cheia e segurança levam o político agora a pensar se vale a pena ser pai quando, no fundo, dificilmente seria um progenitor presente. No entanto, está convicto de uma coisa, se decidisse dar esse passo na sua vida, mudaria como pessoa. "Espero que fosse um pai um pouco melhor do que fui como neto, porque falhei como neto. Acho que ser pai podia suavizar-me um pouco. Tenho 42 anos, ainda não fechei a minha personalidade, se calhar ainda posso mudar."

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