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Backstreet Boys de regresso a Portugal: como os "miúdos" mais desejados do mundo se transformaram em pais de família

Grupo norte-americano atua na Altice Arena, em Lisboa, no próximo dia 3, numa fase em que os cinco elementos já não são mais uma "ameaça" para jovens adolescentes indefesas. Tudo mudou com o tempo e com a idade. Já não há posters, gritaria, romarias ou roupa interior atirada para o palco. As drogas e o álcool, o sexo e os problemas de saúde, os casamentos e os filhos.
Por Miguel Azevedo | 28 de setembro de 2022 às 23:53
Backstreet Boys Flash
Backstreet Boys Flash
Backstreet Boys Flash
Backstreet Boys Flash
Backstreet Boys Flash
Backstreet Boys Flash

Na primeira vez que vieram a Portugal, em abril de 1998, para um concerto na Praça de Toiros de Cascais, os Backtstreet Boys (formados por  AJ McLean, Howie Dorough, Nick Carter, Kevin Richardson e Brian Littrell) ainda eram pouco mais do que jovens adultos a entrarem na casa dos vinte aninhos (alguns nem isso) capazes de arrancar suspiros e gritos de loucura a jovens adolescentes. A fila era tão grande para entrar no recinto que havia quem comentasse que o espaço não iria ser suficiente para albergar toda a gente (muitos tentaram arranjar bilhetes de última hora e deslocaram-se para Cascais na esperança de assistir a um concerto que já se dizia ser histórico). 

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O espectáculo não foi mais nem menos do que aquilo que se esperava: assim que as luzes se apagaram a loucura instalou-se. Uma fã mais afoita ainda subiu ao palco para chegar a Nick Carter, mas acabou por ser agarrada e levada pelos seguranças. Depois disso, os Backstreet Boys regressariam por mais duas vezes a Portugal, em 2014 no Campo Pequeno para celebrar 20 anos de carreira, e há três anos, em 2019, na Altice Arena. "Houve um tempo em que vocês nos atiravam cuecas para o palco, agora tomem as nossas" disse, no gozo, Kevin Richardson depois do grupo trocar de roupa, ao vivo, e à frente de todos.  

Backstreet Boys Foto: Flash

Ora é precisamente à Altice Arena que os Backstreet Boys regressam no próximo dia 3 de Outubro (segunda-feira) no arranque da segunda etapa da digressão ‘DNA Tour’ que já esgotou todas as datas por onde passou. Os tempos são outros e as fãs que nos anos 90 eram jovens menores que se faziam acompanhar pelas mães, são já hoje elas próprias mães que se fazem acompanhar pelas filhas. Hoje já não há romarias à porta do hotel, nem acampamentos à entrada dos recintos dos espectáculos e tão pouco se veem, entre o público, posters arrancados às revistas, mas os Backstreet Boys sabem disso tudo e convivem bem com a idade. Contas feitas, o concerto da Altice Arena há muito que está esgotado.  

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Longe dos excessos de outrora e dos jovens irreverentes, namoradeiros e polémicos, os Backstreet  Boys são hoje pais de família, filantropos assumidos, defensores desde as causas ambientais à saúde mental, e até o concerto que trazem agora a Portugal tem uma causa solidária. Parte da receita da bilheteira reverte para a ACNUR, a agência da ONU para os refugiados (o objetivo da banda é ajudar todos aqueles que pretendam fugir da guerra na Ucrânia).

O QUE MUDOU DESDE ENTÃO

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Se a antiguidade é um posto, os Backstreet Boys têm muitos galões pelos quais puxar. Eles ainda são a boys band mais lucrativa do mundo. Venderam mais de 130 milhões de discos em 29 anos de carreira, só superados pelo grupo coreano Big Bang, que ultrapassou os 140 milhões. Ainda assim venderam mais do que New Kids On The Block, Westlife, Take That, One Direction ou mesmo Jackson 5. E para quem os julgava mortos, fique a saber que o último disco do grupo ‘DNA’ até esteve indicado para um Grammy. Já este ano fizeram sair um documentário sobre a primeira etapa da ‘DNA Tour’ que lotou arenas na América do Norte e do Sul, Ásia e Europa (está a ser a maior digressão do grupo em 18 anos). E por cá o preço dos bilhetes variam entre os 36 e os 135 euros. 

Hoje até podem ser os genros que qualquer sogra gostaria de ter, mas a verdade é que os Backstreet Boys já foram visto como o perigo número 1 para jovens adolescentes ingénuas e inexperientes, nomeadamente por causa de episódios relacionados com sexo e drogas. Logo no início da carreira da banda, AJ McLean, por exemplo, caiu no vício da cocaína, o que o levaria depois a outras substâncias ilícitas. Em entrevista ao The Huffington Post, o próprio havia de explicar que tudo começou numa noite por causa das gravações do videoclipe de 'The Call'. A droga foi a forma que encontrou de se manter desperto. "Felizmente, no vídeo não estamos a cantar nem a dançar, estamos mais a atuar. Comecei a fingir e ninguém soube de nada. Ninguém desconfiou, mas infelizmente, depois daquela noite, o meu corpo tinha agarrado o gosto por algo novo e eu já estava viciado". De lá para cá, AJ cumpriu reabilitação por três vezes, mas atualmente está sóbrio.

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Durante o período de ouro do grupo, AJ também caiu no vício do sexo, fez-se cliente VIP de um clube de striptease na Flórida e participava em festas privadas em quartos de hotel. "Eu acho que a coisa mais louca que fiz foi, talvez, correr completamente nu pelo corredor de um hotel. Cheguei a ser trancado por fora do meu quarto por duas vezes mas acho que esse foi o meu momento de rock star. Mas acreditem ou não, eu divertia-me muito sozinho, por mais triste que seja dizer isso", chegou a contar.  

Já os problemas de Nick Carter, estiveram sempre mais ao nível do álcool. Ainda há não muito tempo, em 2016, o cantor foi detido num bar por ter iniciado uma briga com um empregado que se recusou a servir-lhe mais bebida. Num vídeo que se tornou viral e que foi divulgado pelo TMZ, vê-se Nick no chão a ser algemado pela polícia e, em lágrimas, a pedir desculpa a um amigo. Uns anos antes, em 2002, Nick já se tinha envolvido noutra polémica, acusado de assédio a uma ex-namorada. Melissa Schuman, ex-integrante do grupo Dream, disse, na altura, ter sido obrigada a fazer sexo oral na casa de banho de um hotel. O caso acabou na justiça mas em setembro de 2018, foi arquivado por falta de prazo para apresentar provas.

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Nick também andou pelas páginas das revistas e dos jornais por causa de uma desavença com o irmão Aaron, contra quem chegou a pedir uma ordem de restrição por alegadamente ter ameaçado de morte a sua mulher grávida. Num período de acusações sórdidas, a verdade é que, depois disso, Nick viria a ser denunciado pelo próprio Aaron por agressão e por ter assediado sexualmente uma senhora de 91 anos de idade. 

Mas o grupo também foi assolado por problemas de saúde. Em 2006, Kevin Richardson deixou os Backstreet Boys por exaustão (viria a regressar em 2012 depois de algumas experiências como ator). Em entrevista ao Access Hollywood, viria a revelar que "não tinha mais gasolina para encher o tanque. Em 2006, havia algumas coisas que eu queria fazer na minha vida, começar uma família e ser normal por um tempo". Já Brian Littrell enfrentou uma situação mais difícil quando começou a sofrer de disfonia de tensão muscular, algo que afeta a sua voz até os dias de hoje. "Eu já não tenho mais 18 anos. A vida acontece. É uma luta para mim ser o que as pessoas esperam que eu seja. Acho que essa é a minha maior batalha". Atualmente, Brian faz diversos exercícios vocais com uma especialista para recuperar e fortalecer a voz. Litrell sofreu também de problemas cardíacos que o levaram a ser operado ao coração (há relatos de concertos realizados com botijas de oxigénio colocadas nas laterais do palco).

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Formados em Orlando, na Flórida, em 1993, depois de um empresário de nome Lou Pearlman ter colocado um anúncio num jornal, é verdade que os Backstreet Boys (nome inspirado no mercado a céu aberto Backstreet em Orlando que era um ponto de encontro frequente para adolescentes) viveram o seu período  dourado nos anos 90, mas a verdade é que que nunca saíram do ativo e nunca deixaram de gravar discos, sendo mesmo um caso único e sem precedentes na histórias das boys band. No seu estilo sempre polémico, Noel Gallagher chegaria a dizer que o "grupo devia ser morto a tiro". Desde 1993 lançaram nove álbuns de estúdio e sempre deram concertos pelo mundo inteiro, mas à medida que a carreira ia avançando, eles próprios foram assentando e formando família.  

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Depois de um gosto amoroso como uma mulher mais velha, Richardson casou logo em Junho de 2000 com a dançarina, atriz, fotógrafa e modelo Kristin Kay Willits que conheceu durante o tempo em que trabalhou na Walt Disney. Hoje tem dois filhos, Mason Frey Richardson, de 15 anos, e Maxwell Haze Richardson, de nove. Dorough, por seu turno, conheceu a produtora executiva de filmes da Warner Brothers Leigh Anne Boniello, que havia trabalhado no website oficial do Backstreet Boys e com ela acabou por casar em dezembro de 2007. Tem também dois filhos, James Hoke Dorough, de 13 anos e Holden John Dorough, de nove. 

Litrell que tinha conhecido a atriz e modelo Leighanne Wallace, em 1997, durante a gravação do videoclip de 'As Longs As You Love Me', acabou por casar com esta em Dezembro de 1999, tendo o primeiro e único filho Baylee Thomas Wylee Littrell, em Novembro de 2002 (hoje com vinte anos é cantor de música country). Em 2010, McLean pediu em casamento a modelo, maquilhadora e cabeleireira Rochelle Deanna Karidis, ao final de 10 meses de namoro. Tem duas filhas, Ava Jaymes McLean, com dez anos e Lyric Dean McLean, de cinco. Finalmente Carter, conheceu em 2008 a instrutora de fitness e atriz Lauren Michelle Kitt, com quem viria  a casar em abril de 2014. Tem dois filhos, Odin Reign Carter, de seis anos e Saoirse Reign Carter, de apenas três anos. 

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