
A Livraria Galileu celebra 50 anos de existência no próximo dia 22 de dezembro e já lançou o repto para todos os apaixonados pelos livros e pelo espaço. "Venha festejar connosco!", pode ler-se numa ‘story’ publicada pelo espaço situado na Avenida Valbom, em Cascais, na sua conta de Instagram.
A Galileu ocupa um lugar de extrema importância na história das livrarias em Portugal. Quando abriu portas, em 1972, tornou-se na primeira livraria cascalense, preenchendo um vazio que perdurava no coração da vila da Área Metropolitana de Lisboa. Fundada por opositores ao Estado Novo, que indicaram o livreiro Nuno Oliveira para liderar o projeto, foi assim denominada devido ao espírito vanguardista, como o próprio espaço, do astrónomo florentino.
Nos primeiros tempos de existência, a Galileu adotou várias facetas: lá organizou-se a primeira Feira do Livro de Cascais e começaram a ser feitas sessões de autógrafos. Ademais, foi aí que iniciou a sua atividade também enquanto alfarrabista, de acordo com o sítio oficial, que explicita ainda o objetivo da existência do espaço, o de ser uma livraria "orientada para aquele nicho de mercado que prefere a qualidade e a raridade à espuma passageira do best seller".
Carolina Tyssen é, desde 1974, a proprietária da Galileu. Em 2020, em pleno período pandémico, revelou qual o segredo para o espaço ter sobrevivido até aos dias de hoje: "Não somos uma livraria especializada numa só área, vendemos de tudo. Temos muitos clientes fiéis e há muita gente que passa a palavra. Se não tivéssemos história, não continuávamos aqui", referiu à ‘ESCS Magazine’. Pouco tempo depois, a Galileu seria obrigada novamente a recorrer à sua resiliência, dado que, após a necessidade de um segundo confinamento no início de 2021, as portas apenas abririam em maio.
De facto, Tyssen, que considera que um livreiro é "um animal em vias de extinção", como referiu uma vez ao blogue ‘Senhoras da Nossa Idade’, garante que nunca irá desistir da Galileu, tarefa cada vez mais árdua numa era em que o mercado da literatura se encontra dominado pelas grandes superfícies e que considera mesmo "um milagre".