
Em tempos de grande sensibilidade, a polémica rebentou com a reportagem da TVI que justifica a maior propagação do novo coronavírus na região Norte do País por tratar-se de uma população "menos educada, mais pobre e envelhecida".
As críticas entupiram as redes sociais. Eduardo Madeira foi uma das figuras públicas que mostrou a sua indignação. Também Rui Moreira, presidente da CM Porto, veio a público fazer duras críticas ao canal de Queluz de Baixo.
Perante a contestação e as críticas, Sérgio Figueiredo, diretor de Informação da TVI, viu-se obrigado a vir a público comum pedido de desculpas. Foi através da sua página de Facebook que Sérgio Figueiredo, 54 anosde idade, assumiu o erro associado à reportagem, esclarecendo que o objetivo do trabalho era explicar as razões de se encontrarem no Norte grande parte dos casos positivos de Covid-19, com a jornalista a confrontar especialistas e responsáveis da Direção Geral de Saúde (DGS) com o facto, através de umlongo texto intitulado: "A Covid-19, a Região Norte e um pedido de desculpas".
"Isto não justifica, porém, a construção de uma frase infeliz no ecrã, nem a parte do texto que a suportava. Nomeadamente aquela que, entre as razões demográficas e sociológicas indagadas, sugeria níveis de educação abaixo da media nacional. Essa frase foi por muitos interpretada como uma ofensa às gentes do Norte – o que não era evidentemente o nosso propósito", justificou.
"Com a mesma humildade que a todos pedimos desculpas por um erro que somos os primeiros a lamentar, temos a convicção que a TVI não deve a ninguém, em esforço, em tempo de antena, em grandes eventos desportivos e culturais que promovemos ou patrocinamos, a relevância que o Norte merece e justifica na mancha de cobertura informativa que diariamente, semana após semana, anos a fio, aqui lhe temos dedicado e que continuaremos a fazê-lo", destacou.
"Da mesma forma que um erro grosseiro – que não foi previamente detetado nestas difíceis condições em que a pandemia também coloca ao trabalho dos jornalistas e de uma televisão – não caracteriza todo um Jornal e, menos ainda, uma estação televisiva que todos os dias acorda guiada pela sua mais nobre missão que é servir os portugueses. Sem exceções e sem discriminações de natureza alguma", conclui Sérgio Figueiredo.