No início deste mês - dois dias antes do lançamento do seu livro de memórias 'Reconciliação' - Juan Carlos protagonizou mais um momento polémico.
Foi divulgado um vídeo onde o rei emérito se dirigia aos jovens espanhóis. Na mensagem, Juan Carlos dizia que a geração dos seus pais e avós conduziu “uma Transição exemplar”, realizada “em circunstâncias muito complexas”, sublinhando que esse processo exigiu “esforço e risco” de todos, mas permitiu alcançar a realidade política e social de que Espanha desfruta atualmente.
O emérito afirmava que as suas memórias pretendiam ajudar os contemporâneos a revisitar esses anos decisivos e permitir que os jovens conhecessem a história “sem distorções interessadas”. Mencionava ainda que a Monarquia desempenhou uma função “essencial” ao permitir que Espanha se ligasse ao resto do mundo e terminava pedindo apoio ao seu filho, Felipe VI, a quem atribui a “difícil tarefa” de unir os espanhóis.
Agora, de acordo com Pilar Eyre, conhecida especialista de assuntos da família real espanhola, sabe-se que Felipe VI e Letizia terão descrito as imagens como "inapropriadas" e completamente "desnecessárias", e que o episódio - assim como o lançamento do próprio livro - causou novas tensões entre Juan Carlos e Felipe.
Eyre diz que os reis reagiram à controvérsia mantendo uma rara discrição ao longo de todo o mês.
"[Juan Carlos] queria ajudar o filho, e o que fez foi prejudicá-lo. É por isso que o rei e a rainha optaram por este perfil mais discreto. Eles não querem que Felipe seja comparado ao pai", afirmou à 'Lecturas'.
Nem o Natal vai atenuar os atritos, até porque Juan Carlos vai voltar a passar a época festiva em Abu Dhabi, bem longe da família real. O emérito vai contar apenas com a companhia do neto, Froilán, que faz questão de lá passar estes dias para que o avô não fique sozinho.
