
Alexandre Machado, o conceituado neuropsicólogo de 50 anos que tem a palavra final na escolha dos casais do programa da TVI 'O Amor Acontece', dá esta semana uma entrevista exclusiva, e surpreendente, à revista 'TV Guia', onde explica como são formados os 'match' amorosos, como faz as avaliações e até revela a fórmula que criou para juntar os casais.
O especialista, que se tornou famoso em 2019 por integrar o painel de cientistas comportamentais do 'reality show' da SIC 'Casados à Primeira Vista', garante agora à publicação ser "impossível sabermos o que a pessoa vai sentir quando encontra a outra", acrescentando, contudo, haver "previsibilidade de reações".
"QUE NÃO SE MATEM"
"Conseguimos juntar pessoas que têm padrões de comportamento idênticos, padrões sócio-culturais idênticos, que têm temperamentos idênticos. O temperamento é a raiz do comportamento. Uma pessoa extrovertida sabemos que terá um determinado tipo de comportamento", esclarece, salientando não se sentir frustrado quando os pares românticos fracassam: "Nunca fico frustrado com isso. Não sou Deus! Só consigo juntar pessoas que não se matem uma à outra. Eu crio pontes. A forma como as pessoas as atravessam, se aceitarem atravessá-las, só depende delas". E deixa um recado: "o programa não é um agência de casamentos".
MANHOSOS APANHADOS
O perito comportamental formado em Inglaterra responde ainda a questões da 'TV Guia' sobre "pessoas que podem enganar a produção, e também o especialista, criando personagens" garantindo aos telespectadores da TVI que no ecrã nunca verão 'gato trocado por lebre': "A este nível são pessoas amadoras. Se estiver a falar com um tipo que está ligado a um serviço de inteligência temos de ter cuidado. Há uma coisa que é o padrão de visibilidade social e isso é uma coisa que detetamos logo nas pessoas. E quando notamos que está a haver uma ativação fisiológica, tornamos a fazer a pergunta, até que o padrão seja revelado. É difícil as pessoas montarem um personagem indetetável", assegura.
OS FEIOS E OS "ADÓNIS"
O que nunca veremos no ecrã a seduzir um parceiro serão pessoas desdentadas ou com problemas de higiene. "Obviamente que se tivermos uma pessoa que tem os dentes todos podres é normal que se crie alguma repulsa. Há critérios que são os mínimos, como as questões de higiene. Tivemos lá pessoas que não eram Adónis e entraram no programa".
Sobre como são escolhidos os potenciais pares amorosos, Alexandre Machado esclarece: "Em cada formato televisivo uso um processo diferente. Tenho um programa informático que criei onde coloco todos os dados que recolho e que são relevantes. Consoante o que ponho lá dentro verifico quais são os que têm traços em comum gerais. História de vida, traços socioculturais, o tipo de vinculação, a forma como se veem, o momento da vida em que estão. Essa é a avaliação quantitativa. Depois pego nesses candidatos e nas entrevistas com perguntas circulares e faço a minha avaliação qualitativa. Se necessitar de mais alguma coisa chamo o candidato e faço mais perguntas".
Estas e muitas outras respostas do responsável pela escolha dos casais do programa de sucesso da TVI podem ser lidas na íntegra na revista 'TV Guia' que já está à venda nas bancas.