São declarações arrasadoras para com André Villas-Boas e toda a estrutura do FC Porto. Nuno Pinto da Costa, neto do antigo presidente do clube azul e branco, aparece num vídeo de uma nova página nas redes sociais, denominada "O Último Bastião", a criticar o atual momento desportivo do clube, não poupando nas palavras, que atingem também o treinador Martin Anselmi.
"Ninguém sabe qual é o projeto desportivo de Villas-Boas porque ele só fala de contas. Porque interessava entrar pelo campo financeiro, porque era o único campo em que poderiam atacar a direção que tudo ganhou. Que conquistou a Europa e que conquistou o mundo. E, portanto, só se fala de contas, só se fala de contas", começa por dizer Nuno na página que se define como o "baluarte numero um na defesa dos interesses do FC Porto, da cidade do Porto, do Norte (esquecido) e das suas gentes".
"Agora querem acusar os jogadores e pôr a culpa toda nos jogadores. E a culpa não é só dos jogadores, porque foram cometidos erros graves no projeto desportivo ao longo do ano. A começar pela escolha do próprio treinador", atira Nuno, que questiona se o dinheiro gasto na contratação do técnico argentino e no despedimento de Vítor Bruno não daria para continuar a pagar o salário de Sérgio Conceição.
O neto do antigo presidente portista prossegue na questão dos salários e diz que a manutenção do central Pepe seria mais barata que a contratação de Nehuén Pérez. E dá uma garantia: "Apesar da idade que tinha, eu acho que o Pepe ainda seria uma mais-valia, uma liderança em campo que falta atualmente, seria um líder de balneário. E muito possivelmente no jogo com o Benfica estes resultados não aconteceriam com o Pepe. Estou convicto disso."
Acusando Villas-Boas de uma transparência seletiva - "não sabemos quanto ganha Zubizarreta, Jorge Costa ou o próprio Anselmi" - Nuno Pinto da Costa diz que ao FC Porto falta "identidade, raça e mística". "O exemplo tem que vir de cima. Não se pode culpar o único e exclusivamente os jogadores. Porque quando se fala de identidade e de mística, isto tem que vir de cima. O exemplo tem que vir de cima. Não se pode apostar as fichas todas num treinador que não tem provas dadas. Que não é, na minha opinião, treinador para o Futebol Clube do Porto."
DEFESA DA HONRA DO AVÔ
O filho de Alexandre Pinto da Costa passa depois a elogiar o legado do avô, afirmando que Pinto da Costa "foi alguém que conseguiu unir e agregar os portistas" em torno daqueles que "eram e continuam a ser os principais rivais". "Os inimigos não estão cá dentro, não são os associados. A prioridade não pode ser suspender sócios, expulsar sócios. A prioridade é a luta contra o centralismo, contra o Benfica, contra o Sporting."
Nuno revela ainda que o avô "lutou até o fim, foi fiel aos seus princípios e àquilo em que acreditava" até ao último dia da sua vida, por aquela que era a "grande paixão da vida dele". "Cabe-nos um bocadinho a cada um de nós respeitar e honrar e partilhar também este legado que é enorme de alguém que pegou num clube que, com todas as dificuldades que tinha e tem, e fez dele campeão europeu e campeão mundial."
Em defesa do avô, Nuno ressalva que Pinto da Costa "nunca fez questão" de usar a sua doença como bandeira, "nunca se quis fazer de coitadinho". "E eu estou plenamente convicto que, se tivesse ganho as eleições, que esta época teria sido muito melhor. Estou convencido disso."
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