
O tema tem estado na berlinda e durante dias não se falou de outra coisa, depois de as câmaras, durante um concerto dos Coldplay, terem surpreendido o CEO da Astronomer em clima de cumplicidade com a amante, num escândalo que teria repercussões mundiais e que levaria, inclusivamente, a apresentação da demissão do CEO e da diretora de Recursos Humanos, o casal no centro da polémica.
Na sua crónica no Expresso, Rodrigo Guedes de Carvalho não poupou nas palavras para descrever que o que se passou foi uma "triste vergonha".
"O que se passou no concerto dos Coldplay é uma triste vergonha, sim, mas não do homem e mulher filmados contra vontade. É uma vergonha da máquina dos Coldplay, que achou boa ideia fazer este número de circo (quantos mais malabarismos para esquecer a irrelevância musical)", começou por escrever, atirando-se de seguida a Chris Martin, que acusa de ter tido uma atitude infantil com consequências diretas na vida de todos os envolvidos. "Uma vergonha sobretudo do líder Chris Martin, com o seu comentário de palhacinho que anima aniversários de crianças. Chris Martin sempre me pareceu um medíocre que tem sorte com a época em que nasceu e actua, mas fico surpreendido com o grau de uma insensibilidade que, se não é, se assemelha muito à mais prosaica estupidez do ignorante."
O jornalista termina acusando a banda de ter promovido um bullying à escala mundial.
"Foi uma agressão. Aquele homem e aquela mulher sofreram bullying global. O que torna tudo ainda mais triste é perceber que o bullying é selectivo. Dependendo das vítimas. Ouvimos bem a revoada de risos e aplausos por se tratar de um CEO apanhado numa infidelidade. Ah, a saborosa vingançazinha moral, ah, a prova dos males do capitalismo. Talvez contassem com solidariedade se fossem um par com outras características... Quero lá saber quem são. São vítimas de uma fúria de entretenimento bacoco que consiste em expor os outros e apontá-los ao escárnio da aldeia."