
O rei emérito Juan Carlos I prepara-se para lançar as suas memórias, um livro aguardado com grande expectativa, e alguma inquietação. A obra, com mais de 500 páginas, promete revelar a sua história. Serão abordados temas relacionados com a Coroa espanhola e os momentos mais controversos do seu reinado, o exílio para o país árabe, bem como tudo o que diz respeito à sua vida privada, incluindo as relações extraconjugais.
Pilar Eyre, reconhecida jornalista e especialista na Casa Real espanhola, reconhece que este livro é tudo menos inocente.
A especialista falou sobre este livro na revista 'Lecturas', e fez algumas afirmações fortes sobre o seu conteúdo. Eyre considera este livro “o quilómetro zero de todos os livros que se escreveram sobre Juan Carlos”, em que se fala do passado, mas também do que estava para vir e que agora adquire maior relevância.
“Podemos descobrir de onde veio a necessidade de acumular avidamente bens, essa fraqueza que levaria ao desastre, ao exílio, aos tribunais e à crónica negra dos nossos jornais”, diz Pilar. Desta forma, esclarece que neste manuscrito podemos compreender muitas coisas que aconteceram desde então.
Pilar Eyre analisou também as últimas palavras que aparecem no livro e que assumem um significado especial: "Quando eu era criança, o meu pai disse-me: 'Sabes, Juanito, um rei nunca deve abdicar'”, algo que, como sabemos, acabou por fazer há alguns anos. O pai do rei Felipe VI também declara que morrer no exílio deve ser a pior coisa do mundo.
O título deste livro, que sairá ainda este ano, é 'Reconciliação'. O que não se sabe é se essa reconciliação terá a ver com a rainha Sofia, com o seu filho, com alguma das mulheres com quem esteve ligado ou com o povo espanhol.